terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Excluído de reunião, Carlos Alberto Torres deixa o Botafogo

Rio de Janeiro (RJ)
Carlos Alberto Torres, eterno ídolo do Botafogo, decidiu deixar o posto de ministro dos esportes do clube após se sentir menosprezado pela diretoria do Glorioso. Mesmo tendo participado da escolha do novo treinador do time, o Capita afirmou que perdeu a importância e a influência nos bastidores e preferiu sair do Alvinegro.
"Infelizmente eu não vou continuar colaborando com o Botafogo como eu vinha fazendo. Eu vinha ajudando na campanha, mas agora as coisas tomaram outros rumos e eu senti que não era mais requisitado para ajudar e decidi sair. Quando eu senti que a minha presença não era mais requisitada, eu mesmo decidi me afastar. Mas de qualquer maneira, a hora que precisar, estou à disposição”, afirmou Carlos Alberto, em entrevista à Rádio Tupi.
O ex-lateral-direito não tinha um vínculo contratual com o Botafogo, mas tinha como objetivo ajudar a conseguir novos patrocínios e levantar a marca do clube no exterior, utilizando de todo seu prestígio internacional. A nova diretoria do Glorioso teria oferecido o cargo de diretor de futebol a ele, mas o Capita acabou recusando a oferta.
"Eu não tinha contrato e não tinha compromisso oficial com o Botafogo. Eu comuniquei ao vice de futebol Mantuano e eu senti que eles não precisavam mais da minha ajuda. Eu preciso cuidar da minha vida também. Teve uma reunião nesta segunda-feira e eu nem fui convidado, por isso, eu senti que não tinha mais importância para ajudar o Botafogo", finalizou .
Divulgação/Botafogo F. R.
Esquecido pela diretoria, Carlos Alberto Torres decide deixar o cargo de ministro dos esportes do Botafogo

sábado, 20 de dezembro de 2014

Costa diz que ex-presidente do PSDB recebeu propina

Segundo ex-diretor da Petrobras, a construtora Queiroz Galvão pagou R$ 10 milhões para esvaziar CPI da estatal
por Redação — publicado 17/10/2014 16:32, última modificação 18/10/2014 17:53
José Cruz/Agência Brasil
Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB
Sérgio Guerra foi senador e um dos principais críticos do governo do PT
Beneficiado com a delação premiada, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa deu novos depoimentos que incluem, agora, o PSDB no esquema de corrupção da Petrobras. Costa afirmou que deu propina, em 2009, ao ex-presidente do partido tucano Sérgio Guerra para que ele esvaziasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretendia esclarecer as denúncias de corrupção na estatal. Guerra morreu neste ano e foi substituído no cargo por Aécio Neves, hoje candidato do PSDB à Presidência. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a declaração do ex-diretor da Petrobras, foi Guerra quem o procurou e cobrou 10 milhões de reais para que a CPI, aberta em julho de 2009, fosse encerrada. Ainda de acordo com Costa, Guerra contou que usaria a propina para a campanha presidencial de 2010, em que a presidenta Dilma Rousseff venceu o então candidato do PSDB José Serra, eleito senador da República neste ano.
O pagamento teria sido feito depois que a comissão foi encerrada sem punições, no fim daquele ano. Além de presidente do partido, Guerra era senador na época e um dos 11 membros da CPI – três integrantes eram da oposição e acusaram o governo de impedir as apurações. O suposto acordo teria servido para esconder as descobertas de irregularidades nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Por isso, a propina teria sido paga pela Construtora Queiroz Galvão, citada no caso de superfaturamento e desvios da Abreu e Lima. Iniciada em 2008, a obra ainda não foi terminada e tem superfaturamento comprovado pelo Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal.
Paulo Roberto Costa já havia denunciado que 12 senadores, 49 deputados federais e ao menos um governador já receberam dinheiro desviado da estatal. Os políticos de PT, PMDB e PP ficavam com 3% do valor dos contratos da Petrobras no período em que Costa foi diretor da estatal, entre 2004 e 2012, afirmou ele.
Os depoimentos de Costa começaram no dia 29 de setembro. Foram cerca de cem encontros com procuradores do Ministério Público Federal e delegados da Polícia Federal nos quais o ex-diretor da estatal teria narrado os pormenores da relação entre as empresas ligadas a Alberto Youssef, um pool de empreiteiras e bilionárias licitações na Petrobras. Por causa do surgimento de pessoas com foro privilegiado, os depoimentos foram criptografados e enviados ao ministro Teori Zavascki, relator do inquérito da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Biografia
O deputado federal Sérgio Guerra morreu, aos 66 anos, vítima de pneumonia decorrente de complicações de um câncer de pulmão. Ele atuou em várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios, que investigou um esquema de compra de votos na base do governo.
Em 2006, Sérgio Guerra assumiu a campanha do candidato tucano à Presidência Geraldo Alckmin. No ano seguinte, foi eleito presidente nacional do PSDB no lugar do então senador Tasso Jereissati (CE). Em 2009, Guerra tentou formalizar um acordo com os precandidatos à Presidência da República pelo partido, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o de São Paulo, José Serra. A proposta não vingou e Serra, candidato do partido, foi derrotado por Dilma Rousseff.

Petrobras recebeu propina de empresa holandesa

Auditoria da SBM Offshore aponta pagamento de 30 milhões de dólares de suborno para fechar contratos de aluguel de plataformas do pré-sal

Fernanda Allegretti, de Amsterdã
DÁDIVA OU MALDIÇÃO? - O navio-plataforma Cidade de Anchieta, o primeiro a produzir no pré-sal: contrato de arrendamento
sob suspeita
DÁDIVA OU MALDIÇÃO? - O navio-plataforma Cidade de Anchieta, o primeiro a produzir no pré-sal: contrato de arrendamento sob suspeita      (Agência Petrobras/VEJA)
Em agosto de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou um evento em Brasília para divulgar o início da exploração do petróleo na camada do présal. Em um discurso ufanista preparado para levantar a candidatura de Dilma Rousseff à sua sucessão, Lula afirmou que a descoberta do óleo era como um “novo descobrimento do Brasil”, já que traria “riqueza e autossuficiência energética”. Ao final da fala, porém, fez um alerta: “Pré-sal é dádiva de Deus, mas pode virar maldição”. Foi como uma premonição. A Petrobras só colheu más notícias depois que passou a prospectar petróleo a 8 000 metros de profundidade. A empresa comprometeu suas receitas mantendo artificialmente o preço da gasolina, vem atrasando pagamentos a fornecedores, acumula 7,3 bilhões de reais em dívidas fiscais e precisa gastar 16,5 bilhões de dólares por ano com importação de combustível, dado que a prometida autossuficiência não saiu do papel. Não bastassem tantos problemas econômicos, a maior empresa brasileira agora foi envolvida na investigação de um esquema de corrupção que movimentou mais de 250 milhões de dólares em pagamento de propina.
Em 10 de abril de 2012, a empresa holandesa SBM Offshore, a maior fabricante de plataformas marítimas de exploração de petróleo do mundo, iniciou uma investigação interna para apurar denúncias de que funcionários de suas subsidiárias pelo mundo corrompiam autoridades para conseguir contratos com governos e empresas privadas, entre 2007 e 2011. Há duas semanas, as conclusões da investigação foram publicadas na Wikipedia, a enciclopédia colaborativa da internet. Os documentos mostram que houve pagamento de propina em Guiné Equatorial, Angola, Malásia, Itália, Cazaquistão, Iraque e no Brasil, onde funcionários e intermediários da Petrobras teriam recebido pelo menos 30 milhões de dólares para favorecer contratos com a companhia holandesa. Os documentos, segundo a investigação, foram divulgados por Jonathan Taylor, ex-funcionário do escritório da SBM em Mônaco, que deixou a empresa em 2012 e pediu 3 milhões de euros para não revelar o esquema. Nos papéis, há nomes, valores, contratos e trocas de e-mails entre dirigentes da SBM e de empresas internacionais. Como a empresa não cedeu, ele tornou o caso público. A SBM confirma a chantagem e a autenticidade dos documentos, que foram enviados para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e para o Ministério Público da Holanda, que abrirá uma investigação para apurar o escândalo nas próximas semanas.
Agência Petrobras
A presidente da Petrobras, Graça Foster, e o diretor Figueiredo: a empresa tem 9 bilhões de reais em contratos com a SBM
NO PAPEL - A presidente da Petrobras, Graça Foster, e o diretor Figueiredo: a empresa tem 9 bilhões de reais em contratos com a SBM
O esquema de corrupção no Brasil, de acordo com a investigação interna, era comandado pelo empresário Julio Faerman, um dos mais influentes lobistas do setor e dono das empresas Faercom e Oildrive. Ele assinava contratos de consultoria com a SBM que serviam para repassar o dinheiro de propina para diretores da Petrobras. Essas consultorias previam o pagamento de uma “comissão” de 3% do valor dos contratos celebrados entre a SBM e a Petrobras — 1% era destinado a Faerman e 2% a diretores da petrolífera brasileira. Uma troca de e-mails entre três diretores da SBM, que faz parte da investigação, traz minutas confidenciais da Petrobras e faz referência a uma reunião com um enge­nheiro-chefe da empresa, José Antônio de Figueiredo, para tratar da renovação do aluguel de uma plataforma de petróleo sem ter de passar por licitação. Figueiredo, funcionário de carreira da Petrobras há 34 anos, trabalhava no departamento de compras internacionais na gestão de José Sergio Gabrielli na presidência da empresa (2005-2012). Em maio de 2012, já sob o comando de Graça Foster, foi promovido a diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais e membro do conselho de administração.
Nos documentos, há referências a pagamentos de propina para obtenção de contratos de aluguel de alguns dos principais navios-plataforma que operam na exploração do pré-sal. Um deles é o Cidade de Anchieta, fabricado pela SBM e alugado à Petrobras por 1,28 bilhão de reais. Ele está ancorado no campo de Baleia Azul, no complexo do Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos, e foi o primeiro a retirar comercialmente petróleo do ­pré-sal, em setembro de 2012. Há ainda menções às plataformas Cidade de Saquarema e Cidade de Maricá, que foram encomendadas pela Petrobras à SBM em julho de 2013 por 3,5 bilhões de dólares. E ao Cidade de Ilhabela, que foi fabricado na China pela SBM e está sendo montado no Estaleiro Brasa, em Niterói (RJ), para entrar em operação ainda neste ano. O valor do contrato passa dos 2 bilhões de reais. De acordo com os documentos da investigação, o pagamento das “consultorias” a Faerman facilitou a obtenção dos contratos com a Petrobras, que não tiveram a “devida divulgação”. Além do pagamento em dinheiro, os documentos mostram outros “mimos” a dirigentes das empresas corrompidas, como ingressos para a Copa do Mundo de 2010 e para o Grande Prêmio de Mônaco.
Documentos obtidos por VEJA mostram que a Petrobras tem vinte contratos de aluguel de equipamento com a empresa holandesa, que somam mais de 9 bilhões de reais. O mais antigo é de 2000 e o mais recente, de agosto do ano passado — todos para operação no ­pré-sal. A SBM é uma das mais antigas empresas holandesas. Sua história remonta a 1672, quando se chamava Smit Kinderdijk e construía navios para a Companhia das Índias. Desde 1969 passou a se dedicar à construção de plataformas para exploração de petróleo. Hoje, é a 54ª maior empresa da Holanda, com receita de 4,8 bilhões de dólares em 2013 — o Brasil é seu principal mercado de exportação, seguido por Angola. Nas últimas duas semanas, desde que o escândalo foi divulgado na internet, as ações da empresa na bolsa europeia caíram 20%.
A Petrobras afirma que tomou conhecimento das denúncias de suborno, mas ainda não foi notificada por autoridades da Holanda. Disse ainda que “está tomando providências para averiguar a veracidade dos fatos”. José Antônio de Figueiredo e Julio Faerman não foram encontrados para comentar as denúncias.
Com reportagem de Alana Rizzo
ROMBO INTERNACIONAL - Ultrapassada, a refinaria vale 15% do que foi pago
ROMBO INTERNACIONAL - Ultrapassada, a refinaria vale 15% do que foi pago
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Um bilhão perdido no Texas

O escândalo de corrupção da holandesa SBM não é o primeiro a vazar das profundezas por onde transitam os negócios escusos para manchar a reputação da Petrobras. A companhia até hoje não conseguiu explicar o que a levou a investir 1,2 bilhão de dólares em uma refinaria nos Estados Unidos, pequena, ultrapassada e sem condições de processar o petróleo extraído na costa brasileira, que não vale 15% disso. O caso, revelado por VEJA em 2012, está sob análise do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público, que investigam suspeitas de superfaturamento.
Em 2006, a Petrobras, então sob a gestão de José Sergio Gabrielli, comprou por 360 milhões de dólares 50% da Pasadena Refining System Inc., no Texas. A planta havia sido adquirida um ano antes, desativada, pela belga Astra Oil, por 42,5 milhões de dólares. O que levou a refinaria a ter uma valorização de dezessete vezes em um ano permanece um mistério. Uma disputa entre as duas empresas, em 2009, transformou o caro em absurdo. A Petrobras perdeu na Justiça e foi obrigada a pagar 839 milhões de dólares à Astra pela sua metade. Quando percebeu que não havia o que fazer e o melhor era se livrar da refinaria, a única proposta de compra foi de 180 milhões de dólares. Diante do rombo iminente de mais de 1 bilhão de dólares, a Petrobras desistiu da venda.
O governo e a Petrobras gostariam que o caso permanecesse a profundidades superiores às do pré-sal, mas um desfecho está próximo. “As investigações se encaminham para confirmar que a compra da refinaria de Pasadena é um dos contratos mais escandalosos da Petrobras", afirma o procurador Marinus Marsico, do Ministério Público Federal.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Petrobras é a empresa que mais perdeu valor no governo Dilma

Ambev e Bradesco são as que lideram os ganhos no período, de acordo com a Economatica

Petrobras perdeu R$ 200,6 bilhões no período de 31 de dezembro de 2010 a 24 de novembro deste ano, segundo consultoria
Foto: Sergio Moraes / Reuters
A Petrobras é a empresa brasileira de capital aberto que mais perdeu valor de mercado desde que Dilma Rousseff assumiu a presidência. Levantamento da consultoria Economatica aponta que a petroleira perdeu R$ 200,6 bilhões no período de 31 de dezembro de 2010 a 24 de novembro deste ano – o valor caiu de R$ 380,2 bilhões para R$ 179,5 bilhões.
A segunda empresa que mais perdeu valor de mercado é a mineradora Vale, com R$ 159,3 bilhões de queda no período. Em terceiro lugar aparece a OGX Petróleo, criada por Eike Batista, com queda de R$ 64,3 bilhões.
Os setores de petróleo e gás e siderurgia e metalurgia são os que mais têm representantes com registro de maiores perdas, com três empresas cada segmento. O setor bancário tem duas empresas.
Ganhos
A cervejaria Ambev lidera os ganhos no período, com crescimento de R$ 120,4 bilhões em valor de mercado. O banco Bradesco aparece em segundo lugar, com aumento de R$ 55,5 bilhões desde que Dilma Rousseff assumiu o poder.
Veja abaixo as listas das empresas que mais perderam e mais ganharam valor de mercado desde 31 de dezembro de 2010:

Petrobras: empresário nega participar de cobrança de propina

Foto: Ricardo Moraes / Reuters
A defesa do engenheiro Shinko Nakandakari negou nesta terça-feira que ele tenha intermediado cobrança de propina na Diretoria de Serviços da Petrobras. Em documento enviado à Justiça Federal em Curitiba, o empresário se colocou à disposição da Polícia Federal e do Ministério Público para colaborar com as investigações e "trazer os fatos de volta à realidade".
Na segunda-feira, a defesa do diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca, preso na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), entregou à polícia comprovantes do pagamento R$ 8,8 milhões de propina a uma pessoa que se apresentou como emissária da Diretoria de Serviços da Petrobras. Segundo o advogado do executivo, os pagamentos foram ordenados por Nakandakari, com conhecimento do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco.
De acordo com a planilha apresentada, foram feitos 23 pagamentos entre 2010 e 2014. O advogado confirmou que havia ameaça de retaliação nos contratos que a Galvão Engenharia tinha com a Petrobras caso não houvesse o pagamento dos valores estipulados de "maneira arbitrária, ameaçadora e ilegal".
 - Atualizado em 

Em meio a crise, Botafogo conhece novo presidente nesta terça-feira

Eleições começam às 9h em General Severiano e decidem substituto de Maurício Assumpção. Quatro candidatos disputam o cargo para o triênio 2015/2016/2017

Por Rio de Janeiro
Maurício Assumpção presidente Botafogo (Foto: Satiro Sodré)Maurício Assumpção deixará o cargo de presidente do Botafogo 
nesta quarta-feira (Foto: Satiro Sodré)
A derrota por 2 a 0 para a Chapecoense, que praticamente selou o rebaixamento do Botafogo no Campeonato Brasileiro, foi a última partida de Maurício Assumpção como presidente do Alvinegro. Nesta terça-feira será conhecido aquele que ficará à frente do clube no triênio 2015/2016/2017. Quase 1.800 sócios estarão aptos a votar nas eleições que começam às 9h e terminam às 21h, na sede de General Severiano. Quatro candidatos - nenhum deles declaradamente de situação - disputam o pleito:
Carlos Eduardo Pereira (Chapa Ouro), Marcelo Guimarães (Chapa Cinza), Thiago Cesário Alvim (Chapa Azul) e Vinicius Assumpção (Chapa Alvinegra). Um deles será pela primeira vez presidente do Botafogo. O vencedor assume o posto já nesta quarta-feira com uma primeira missão complicada: quitar até sexta-feira os cerca de R$ 4 milhões da terceira parcela do Refis - programa de refinanciamento de dívidas.
Esta é uma das heranças deixadas por Maurício Assumpção, que encerra seu segundo mandato marcado por uma sequência de medidas que tiveram como consequência o caos financeiro. O Botafogo atualmente acumula mais de R$ 700 milhões em dívidas fiscais e trabalhistas e teve todas suas receitas bloqueadas por ter sido excluído do Ato Trabalhista, acusado de sonegar receitas.
No futebol, o Botafogo vive seu pior ano em muito tempo. Justamente o ano em que conseguiu voltar à Libertadores após quase duas décadas de ausência. Em 2014, Maurício Assumpção precisou lidar com protestos de jogadores por causa de salários atrasados - que incluíram até em boicote a um amistoso. Recentemente, foi bombardeado de críticas por ter demitido Bolívar, Emerson Sheik, Julio Cesar e Edilson, alguns dos mais experientes do elenco, os acusando de serem lideranças negativas.
Foi o mesmo Maurício Assumpção que conseguiu mobilizar positivamente a torcida alvinegra contratando ídolos como Jefferson, Loco Abreu e, principalmente, Seedorf. Durante suas duas gestões o Botafogo conquistou os estaduais de 2010 e 2013 e alcançou a vaga na Libertadores. Mas tem praticamente decretado o segundo rebaixamento de sua história.
Neste cenário, os quatro candidatos à presidência precisarão driblar a crise econômica e formar uma equipe lançando mão de contratações mesmo sem dinheiro em caixa. Ao mesmo tempo, equacionar e quitar as dívidas, buscando receitas e usando o máximo possível do potencial do Engenhão, que tem reabertura prevista para o início de 2015.
Primeiro a se anunciar candidato, Vinicius Assumpção encabeça a Chapa Alvinegra "Vinicius Presidente". Sem parentesco com o atual presidente, apesar do mesmo sobrenome, ele tem como principal compromisso a luta para que o sócio-torcedor tenha direito a voto nas eleições futuras.
Candidatos presidência Botafogo (Foto: Reprodução)Da esquerda para direita, de cima para baixo: Carlos Eduardo Pereira, Marcelo Guimarães, Thiago Alvim e Vinicius Assumpção, os candidatos à presidência do Botafogo para o triênio 2015/2016/2017 (Foto: Reprodução)
Thiago Cesario Alvim é o representante da Chapa Azul "Por Amor ao Botafogo". Vice-presidente de comunicação social nos últimos cinco anos, o empresário se desligou da atual diretoria e deixa claro não ser um candidato de situação. Ele tem como vice o empresário Durcésio Mello, frequente colaborador financeiro do Botafogo, e tem como principal aliado o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro.
Carlos Eduardo Pereira tenta pela segunda vez seguida vencer as eleições. À frente da Chapa Ouro "Oposição Unida", ele volta à disputa após perder para Maurício Assumpção em 2011. Mais crítico da atual diretoria, ele prega uma reformulação total no atual modelo de gestão do Botafogo. Um de seus cabos eleitorais é o capitão Carlos Alberto Torres.
Diretor de marketing do Botafogo durante parte da gestão de Maurício Assumpção, Marcelo Guimarães comanda a Chapa Cinza "Grande Salto". Uma de suas principais ideias é pregar uma renovação que passa por aqueles que comandam o clube e vai até os torcedores.
As eleições do Botafogo são diretas, e o vencedor assumirá o posto já no dia seguinte. A chapa vencedora terá o presidente, o vice e 140 nomes no Conselho Deliberativo. Se a chapa que ficar em segundo lugar tiver mais de 20% dos votos, indica 14 nomes ao Conselho. Se houver empate entre as duas chapas que ficaram em segundo lugar e com mais de 20% dos votos, cada uma indica sete nomes ao Conselho.
 - Atualizado em 

Assumpção cita Engenhão e Seedorf para justificar drama do Botafogo

Presidente, que deixa o cargo nesta terça-feira, explicou, ainda, a escolha de 
Eduardo Húngaro para comandar a equipe na Libertadores da América deste ano

Por Rio de Janeiro
Mauricio Assumpção, Botafogo (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)Mauricio Assumpção está de saída do comando do clube após 
dois mandatos (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, cujo mandato à frente do clube se encerra ao fim da eleição desta terça-feira, em General Severiano, elegeu o fechamento do Engenhão e a saída antecipada de Clarence Seedorf como dois dos complicadores pela atual situação do clube, que vive a iminência do rebaixamento à Série B.

Em entrevista à Rádio Globo, o mandatário falou dos prejuízos causados pelo fechamento do estádio, que trazia rendimentos ao Alvinegro.

- Efetivamente, existe um laudo conclusivo com relação ao risco de desabamento da cobertura, de quem é o erro, de quem deixou de fazer a coisa certa. O que cabia ao Botafogo era mostrar que, durante o tempo em que estivemos com o estádio, cumprimos rigorosamente com tudo. Temos relatórios trimestrais que enviávamos para a secretaria que recebia essas coisas, acompanhando coisas da nossa competência. Chegou até as mão do prefeito um estudo de uma empresa alemã, que fez com que o estádio fosse fechado, o que trouxe um prejuízo enorme ao Botafogo. A saída do Seedorf, no fim do ano passado, prematuramente, pois ele tinha contrato até julho, foi um problema sério. Ele recebeu a proposta da vida para virar treinador. Ele poderia encerrar o contrato sem pegar multa desde que encerrasse a carreira de atleta. Se fosse jogar em outra equipe, teria que pagar três milhões de euros, se não me engano.

Uma das atitudes mais questionáveis pelos torcedores - a escolha de Eduardo Húngaro para comandar o time na Libertadores, competição na qual o clube estava sem disputar há 18 anos - também foi justificada por Assumpção.
Obras engenhão (Foto: Andre Durão)Estádio Olímpico João Havelange passa por obras e está fechado para jogos (Foto: Andre Durão)


- O primeiro nome após a saída do Osvaldo de Oliveira era o do Autuori. Era um projeto maior, não era apenas para treinador. Sabemos que ele tem muita vontade de ser gestor, diretor executivo de futebol do clube, tanto no profissional quanto na base, ter uma nova atividade no futebol. Nessa época, inclusive, ele falou: "Posso conversar com vocês, mas acertei com um clube, o qual não vou dizer o nome". Ele fechou com o Atlético-MG. Como não teríamos aquele treinador de ponta e, na época, ficamos entre uma aposta testada no mercado, que era o Cristóvão Borges, e outra ainda não testada, mas feita em casa e que tinha trabalhado com o elenco, que era o Húngaro. A opção foi nesse sentido.
Sobre a retirada do Botafogo do Ato Trabalhista, o que asfixiou as combalidas finanças do clube, foi questionada por Assumpção em comparação a outros times do Rio.
- A conduta do meu jurídico foi correta. Tem uma pergunta que faço a eles, e eles não sabem me responder, não por não serem capazes... O Tribunal diz que fraudamos o Ato, mas Fluminense e Vasco fraudaram em determinado momento e foram reconduzidos a uma segunda chance. Por que o Botafogo não pode ter o mesmo benefício, o mesmo privilégio, o mesmo tratamento?