Justiça determina transferência de ex-diretor da Petrobras para presídio no Paraná
CURITIBA - A Justiça Federal determinou na noite da última sexta-feira que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa seja transferido da carceragem provisória da Superintendência da Polícia Federal,em Curitiba, para o Presídio Estadual de Piraquara II, localizado na região metropolitana da capital do Paraná. Paulo Roberto está preso desde março, durante a operação Lava jato da Polícia Federal, acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro.
A decisão para a transferência de Paulo Roberto é do juiz Sérgio Moro, da 13a. Vara da Justiça Federal, de Curitiba. No mesmo dia em que o magistrado ordenou a transferência, os advogados de Costa divulgaram um bilhete escrito por ele, em que afirma ter sido ameaçado por um agente da PF no sábado, dia 19 de abril. No bilhete, não foi mencionado o nome do suposto acusado. Moro não vinculou a transferência às supostas ameaças.
Ele disse que a cela da PF onde Costa está é "mera passagem para presos provisórios e não é, de fato, adequada para permanência do preso por longo período". Moro afirmou ainda no despacho que colocou em dúvida a "credibilidade" da denúncia por ela não ter sido oficializada pela defesa.
Costa disse que um "agente" esteve na sua cela na noite do sábado passado para lhe ameaçar dizendo que ele e um dos seus advogados estavam causando "muita confusão" após o encaminhamento de um pedido para o banho e caminhadas durante o feriado de Páscoa. "Com certeza isto foi um recado do delegado", escreveu no bilhete, também sem citar o nome do policial.
Na mesma mensagem, Costa escreveu que o agente declarou que as reclamações por estar sendo impedido do banho e das caminhadas eram um "tiro no pé" e que, por causa disso, ele poderia ser transferido para Catanduvas, município da região oeste do Paraná onde fica um presídio federal de segurança máxima. O ex-diretor da Petrobras finaliza a mensagem manifestando descrença de que o juiz de plantão concederia o relaxamento de sua prisão.
"Fale (sic) a pena conversar direto com o juiz Moro???", encerra a mensagem.
Inquérito
A assessoria de imprensa da PF informou na tarde deste sábado que dois procedimentos (um administrativo e outro, sob a forma deinquérito policial) foram abertos para investigar a denúncia de Costa. A assessoria informou ainda que a transferência dele de Curitiba para o presídio de Piraquara será realizada a partir da segunda-feira, quando a superintendência da PF e a direção da unidade definirão horário e como será o transporte e o recebimento do preso.
Paulo Roberto Costa foi um dos presos no mês passado na chamada Operação Lava Jato, inquérito da Polícia Federal que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro para ocultar e dar aparência legal de verbas desviadas da Petrobras e de contratos ilegais com a estatal
Na mesma sexta-feira (25) em que houve a ordem de transferência de Costa, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor e outras nove pessoas, entre elas o doleiro paranaense Alberto Youssef, que também está preso. O grupo foi denunciado pelo MPF por prática de lavagem de dinheiro e participação em grupo criminoso organizado.
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