MORRE JUNQUEIRA
Morreu hoje, aos 80 anos - iria completar 81 em 1º de novembro - o ex-deputado Fernando Junqueira Reis de Andrade. Obteve o seu primeiro mandato em 1966, quando foi eleito vereador. Em 1970, já reeleito para um mandato tampão de dois anos, tornou-se presidente do Legislativo Municipal, mas cumpriu apenas um ano de mandato, uma vez que, no mesmo período, tornou-se deputado estadual, mandato que renovaria por outras quatro vezes. Junqueira tornou-se uma das figuras mais expressivas da Assembleia, sendo um dos líderes da Arena nos mandatos de Rondon Pacheco, Aureliano Chaves e Francelino Pereira. O corpo será velado no Parque da Saudade, onde será seputado nesta sexta-feira (15), às 11h. Deixa viúva e três filhos.
VISITA CANCELADA
A mudança da agenda dos candidatos a presidente, em razão da morte do socialista Eduardo Campos, também mudou a programação nas disputas estaduais. O comitê de candidatura do tucano Pimenta da Veiga cancelou a vinda dele e de Antônio Anastasia, que ocorreria nesta sexta-feira (15), a Juiz de Fora. Como o cenário é de incertezas, não definiu, sequer, uma nova data. O PSDB, no entanto, já sinalizou que o presidenciável Aécio Neves deve vir à cidade antes do segundo turno, ocasião em que Pimenta também estará presente.
Tragédia política
O deputado Júlio Delgado, bastante abalado, seguiu para São Paulo para acompanhar de perto as investigações do acidente que provocou a morte do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos. Por telefone, disse que não sabia ainda o que fazer, uma vez que, além do candidato, perdeu outros amigos que eram parte da assessoria do partido. Eduardo Campos seguia para Santos, litoral de São Paulo, um dia após participar da entrevista do "Jornal Nacional", na qual anunciou uma série de medidas caso fosse eleito. A morte de um candidato à Presidência da República é algo inédito na história recente da política brasileira, mas, em 1982, na disputa para o Governo da Bahia, o candidato pastor Clériston Andrade, do PDS, morreu num acidente de helicóptero a um mês do pleito. Foi substituído pelo fazendeiro João Durval Carneiro, que herdou seus votos e foi eleito, por conta da força do então senador Antônio Carlos Magalhães. Era um período em que ACM, o todo poderoso do estado, elegia quem ele quisesse. Durval, o indicado, romperia a ligação com ele anos depois.
Cenários
Ainda é prematuro abordar o cenário político sem Eduardo Campos, mas as primeiras avaliações indicam que a candidatura do tucano Aécio Neves terá que redobrar seus esforços. O cientista político Raul Magalhães, da UFJF, aponta dois cenários: no primeiro, se for Marina Silva posta na cabeça de chapa, Aécio Neves terá uma concorrente mais complicada para a vaga no segundo turno, caso as intenções de voto da senadora se recomponham no nível em que estavam antes das definições da cabeça de chapa do PSB (Marina tinha então o dobro das intenções de Eduardo Campos).
Cenários II
Ainda de acordo com Magalhães, o segundo cenário mantendo Marina de vice, e o PSB lançando um nome novo, "temos o perigo de dispersão de votos, perdendo o relativamente pequeno capital eleitoral de Eduardo Campos e beneficiando Dilma Rousseff, já que a candidatura de Campos, somada à de Aécio, praticamente forçava o segundo turno em benefício do mineiro. Conclusão: em qualquer um dos dois cenários, Aécio vai ter que trabalhar mais intensamente para estar em um segundo turno. Ele é o candidato eleitoralmente mais afetado por essa tragédia".
Homenagem
O candidato a governador, Tarcísio Delgado, depois de lamentar a morte de Eduardo Campos, disse que nos próximos dias serão necessárias conversas sobre o futuro da campanha, inclusive a dele, mas foi enfático ao dizer que "a melhor maneira de homenagear Eduardo Campos é continuar na luta, e muito forte". A campanha, agora, entra em compasso de espera até definição do quadro. De acordo com a legislação, a coligação tem até dez dias para definir um novo candidato, mas não precisa fazer nova convenção, bastando o voto da maioria dirigente.
De luto
Também ontem morreu dona Isa Ferreira Bejani, mãe do ex-prefeito Alberto Bejani. Ela será sepultada hoje, às 9h, no Parque da Saudade. Não tinha atividade política, mas tornou-se conhecida também por ser irmã do palhaço Carequinha, de projeção nacional. O ex-prefeito, embora não a expusesse nas suas ações políticas, fazia questão de lembrar o seu trabalho em cuidar de muitos filhos. Era natural de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, tendo mudado com os filhos ainda pequenos para Juiz de Fora.
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