terça-feira, 24 de setembro de 2013

Seguimos apoiando a reforma do FMI. A governança do fundo deve refletir o peso do emergentes e em desenvolvimento. A demora reduz sua legitimidade e eficácia, declarou.
Síria
Para a guerra civil na Síria, que já matou mais de 110 mil pessoas, Dilma defendeu uma solução diplomática, sem o uso de força militar.
“É preciso impedir a morte de inocentes, crianças, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das armas – convencionais ou químicas – do governo ou dos rebeldes. Não há saída militar. A única solução é a negociada, o diálogo, o entendimento”, disse.
É preciso impedir a morte de inocentes, crianças, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das armas – convencionais ou químicas – do governo ou dos rebeldes. Não há saída militar [para a Síria]. A única solução é a negociada, o diálogo, o entendimento."
Dilma disse apoiar o acordo liderado pela Rússia para a eliminação de armas químicas na Síria.
“Cabe ao governo sírio cumpri-lo integralmente, de boa-fé e com ânimo cooperativo.
Em qualquer hipótese, repudiamos intervenções unilaterais ao arrepio do direito internacional, sem autorização do Conselho de Segurança”, afirmou.
Para a presidente uma  intervenção militar só “agravaria a instabilidade política da região e aumentaria o sofrimento humano”.
Reforma na ONU
A presidente também reivindicou a "reforma urgente" do Conselho de Segurança da ONU, organismo criado para dar solução a conflitos pelo mundo. Para ela, a ocasião para essa reforma é 2015, quando a ONU completará 70 anos.
"Impõe evitar a derrota coletiva que representaria chegar a 2015 sem um conselho de segurança capaz de exercer plenamente suas responsabildaides no mundo de hoje. É preocupante a limitada representação do Conselho de Segurança da ONU face os desafios do século 21. Exemplos disso são a dificuldade no conflito sírio e a paralisia na questão israelo-palestina", disse.
Para a presidente, "urge" dotar o conselho de "vozes independentes e construtivas".
"Somente a ampliação de membros permantenes e não-permanentes permitirá sanar o atual déficit de representatividade e legitimidade do conselho", declarou.
O Brasil pleiteia um assento permanente no conselho, formado hoje por Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra.
Palestina
Dilma também reiterou a posição do governo brasileiro de defender a criação de um Estado Palestino.
“É chegada a hora de transformar em realidade o amplo consenso internacional em favor da solução de dois Estados”, disse.
Rio+20
A presidente também deu destaque à necessidade de cumprimento das resoluções firmadas na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Clima, realizada em junho do ano passado no Rio de Janeiro.
“O grande passo que demos no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável. A pobreza não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento, e a proteção ambiental não é uma meta apenas para quando a pobreza estiver superada”, disse.
Dilma encerrou o discurso defendendo que a comunidade internacional reforce negociações multilaterais, como as encabeçadas pelas Nações Unidas.
“A história do século 20 mostra que o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras, com seu rastro de miséria humana e devastação.”
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do discurso de Dilma na ONU.
Embaixador John Ashe, Presidente da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas,
Senhor Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas,
Excelentíssimos Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e Senhores,
Permitam-me uma primeira palavra para expressar minha satisfação em ver um ilustre representante de Antígua e Barbuda – país que integra o Caribe tão querido no Brasil e em nossa região – à frente dos trabalhos desta Sessão da Assembleia-Geral.
Conte, Excelência, com o apoio permanente de meu Governo.
Permitam-me também, já no início da minha intervenção, expressar o repúdio do governo e do povo brasileiro ao atentado terrorista ocorrido em Nairóbi. Expresso as nossas condolências e a nossa solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do Quênia.
O terrorismo, onde quer que ocorra e venha de onde vier, merecerá sempre nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo. Jamais transigiremos com a barbárie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário