sexta-feira, 28 de junho de 2013

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Japonês processa televisão por uso de estrangeirismos

Hoji Rakashi, um reformado que acusa a NHK de lhe provocar "angústia emocional", pede uma indemnização de mais de dez mil euros à televisão pública do Japão. 
Mafalda Ganhão, com Lusa
 
Japonês processa televisão por uso de estrangeirismos
Um pensionista japonês quer ser indemnizado pela televisão pública NHK em 1,41 milhões de ienes (10.100 euros), alegando que o uso excessivo de estrangeirismos tornou muitos dos seus programas ininteligíveis.

"A base da sua queixa é que o Japão está a ser demasiado americanizado", disse hoje o advogado de Hoji Rakashi, de 71 anos.

O indivíduo alegou que o uso excessivo de palavras estrangeiras nos programas da NHK lhe causa "angústia emocional", impedindo-o de entender os conteúdos.

A língua japonesa tem um vocabulário rico, mas tem uma tradição de importar palavras de outros idiomas, por vezes de forma bastante inventiva e, em algumas ocasiões, alterando o significado no processo, escreve a AFP. A maioria dos falantes de japonês não pensaria duas vezes em incluir as palavras "trouble", "risk", "drive" ou "parking", entre muitas outras.

Embora o inglês forneça a maioria dos estrangeirismos na língua japonesa - em consequência da ocupação norte-americana do pós II Guerra Mundial e subsequente fascínio da cultura norte-americana - as palavras importadas de outras línguas também estão em uso.

Assim, a palavra para trabalho a tempo parcial é uma versão adaptada para japonês do termo alemão "arbeit", enquanto "concierge" deriva do francês e o termo espanhol "pan" é comummente entendido como pão.

Contudo, com a estrutura fonética japonesa, a palavra inglesa "trouble" torna-se "toraburu", por exemplo, enquanto o francês "concierge" é pronunciado "konsheruju".

"Ele decidiu avançar com um processo porque a estação de televisão não lhe respondeu", disse o advogado e antigo colega de escola do queixoso.

Para Miyata, "esta é uma questão da cultura japonesa, do próprio país, incluindo a sua política e economia".

A NHK recusou comentar o caso enquanto não receber uma notificação do tribunal.

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