A Petrobras aparece logo no início da apresentação, junto com a infraestrutura do Google, a diplomacia francesa e a rede da Swift, cooperativa que reúne alguns dos principais bancos de dezenas de países. Os nomes de outras instituições espionadas foram apagados na mesma apresentação da NSA.
A apresentação mostra ainda que foi criada uma pasta com o nome da Petrobras, em função da grande quantidade de informações que a NSA dispõe, o que indica que a estatal está sendo espionada há algum tempo. Os documentos não mostram o conteúdo que teria sido espionado.
A espionagem foi feita na rede privada de computadores da Petrobras, que contém informações sigilosas sobre a estatal, a maior empresa do país, com faturamento anual superior a R$ 281 bilhões.
Líder mundial na exploração de petróleo em águas profundas, a Petrobras possui dois supercomputadores utilizado para pesquisas sísmicas. Os equipamentos foram usados no mapeamento do pré-sal, por exemplo.
A invasão da rede da estatal pode beneficiar, por exemplo, empresas americanas interessadas no leilão do pré-sal, maior leilão de petróleo da história do país, que deve ocorrer nos próximos meses. As interceptações ilegais podem colocar os detentores das informações em situação de vantagem nos leilões.
Em outro documento a NSA indica que a espionagem tem motivação econômica, política e diplomática, contrariando o que a agência dizia até então, que a motivação era combater o terrorismo.
O conteúdo das interceptações seria repassado à Casa Branca, à diplomacia dos EUA e ao serviço secreto norte-americano.
De acordo com a reportagem, os documentos da NSA que indicam ter havido espionagem da Petrobras são ultrassecretos, e as informações só podem ser compartilhadas com os líderes de quatr países aliados dos Estados Unidos: Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Os documentos obtidos pela reportagem mostram ainda que a agência inglesa de segurança, a GCHQ, também teria praticado espionagem ilegal.
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Segundo o "Fantástico", a NSA foi procurada e afirmou que a espionagem não é utilizada para obter vantagens, mas se recusou a explicar o motivo das interceptações. Em outra nota, a agência disse que monitora dados econômicos para evitar crises financeiras.
O Ministério das Relações Exteriores britânico também foi procurado, mas disse que não iria se manifestar sobre questões que envolvem a inteligência do país. A Petrobras também não quis comentar as denúncias.
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