ntre os dispositivos conectas há, por exemplo, sensores nas portas que registram o entra e sai no ônibus.
"Hoje a gente sabe quantos passageiros andaram, mas não quantos estão neste momento dentro do ônibus. Com a operação controlada, dá pra saber quais ônibus estão lotados e enviar uma ordem ao motorista de não parar mais", diz Adauto Farias, diretor da SPTrans.
Além das ordens para seguir viagem, esse sistema permite deslocar mais ônibus nos trechos com maior demanda ou então recomendar a motoristas um tempo maior de espera nos pontos --para evitar a formação de "comboios" nos corredores.
Essa comunicação com o condutor é feita por meio de um monitor, pelo qual ele também pode informar problemas no percurso, como alagamentos, acidentes e até assaltos.
"Acho até que não está faltando ônibus, falta transporte. Às vezes tem muito músculo, mas falta um pouco de cérebro", afirma Farias.
Outro dispositivo registra indicadores do motor, como consumo de combustível e se há aceleração ou freada brusca --tudo enviado à central, no mesmo princípio da telemetria usada na Fórmula 1.
Segundo Gilmar Loepper, superintendente de Tecnologia da Informação da SPTrans, os dados podem ajudar a identificar falhas mecânicas e até a má conduta de motoristas, auxiliando orientação e treinamento.
O objetivo da prefeitura é testar os equipamentos e verificar se eles resistem às condições de uso na capital. Caso sejam aprovados, a intenção é exigi-los das empresas dentro da nova licitação do sistema, que foi adiada para 2014.
Os aparelhos estão sendo fornecidos pelos próprios fabricantes, mas um conjunto completo pode custar de R$ 20 mil a R$ 23 mil por veículo. A SPTrans espera que o valor caia com maior escala de produção. Há conversas com fabricantes de países como EUA, Espanha e Coreia do Sul.
A empresa espera ter os primeiros resultados em dois meses, para iniciar os procedimentos de homologação e especificação. "Estamos formatando as ideias e ao mesmo tempo olhando o que há disponível no mercado, para não criar um protótipo ideal que depois ninguém tem", diz Farias.
RECARGA
Outro aparelho em teste é um novo modelo de validador (que controla a catraca), com tecnologia que permitirá a recarga de benefícios como o vale-transporte dentro dos coletivos.
"O passageiro encosta o cartão, o sistema checa se há algum crédito, carrega e depois cobra o valor da passagem, tudo em milissegundos", afirma Farias.
O sistema pode ajudar a reduzir custos, pois hoje a SPTrans paga a outras empresas pelo serviço de recarga.
Outra tecnologia, ainda em fase de desenvolvimento, permite colher informações sobre o ponto em cada passageiro entra e desce do ônibus. Ela consiste em um circuito implantado dentro dos cartões do Bilhete Único, cujo sinal é captado por antenas dentro dos ônibus que registram quando o usuário entra e sai.
Os sensores que já estão em teste informam pontos de embarque e desembarque, já essa tecnologia permitiria a criação de estatísticas precisas sobre a origem e destino de viagens --fundamentais para o planejamento de sistemas de transporte.
"Se vai acontecer ou não, é a vida que vai dizer. Mas o desenho é para ter esse tipo de coisa", afirma Faria, que garante que "certamente, ao longo da gestão, os ônibus vão ter um upgrade."
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