terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Na corte do samba, Joaquim Barbosa cantarolou, comeu petiscos e tomou cerveja

PA Rio de Janeiro (RJ) 30/12/2013 Presidente do Supremo Joaquim Barbosa no Renascença Clube no Andarai. Foto Marcos Tristão
PA Rio de Janeiro (RJ) 30/12/2013 Presidente do Supremo Joaquim Barbosa no Renascença Clube no Andarai. Foto Marcos Tristão Foto: Marcos Tristão / Marcos tristão
Letícia Fernandes - O Globo
Tamanho do textoA A A
RIO — No Rio para passar a virada do ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, esteve na tarde de nesta segunda-feira em um samba, no Clube Renascença, no Andaraí. O ministro chegou às 18h20m, acompanhado de dois sobrinhos, assessores e seguranças, para assistir ao show do sambista Moacyr Luz e do Samba do Trabalhador. E de lá só saiu por volta das 21h.
Com traje informal — blusa polo, calça bege e tênis —, Barbosa seguiu direto para o camarote, no segundo andar do clube. Não sem causar alvoroço: foi aplaudido pela multidão, mas pode se ouvir também vaias em meio à gritaria.
Barbosa não quis falar de política e, perguntado se cairia no samba, foi categórico:
—Não vou sambar —E brincou: — Já viu mineiro sambar?
Entre fotos e sorrisos, comeu aipim com carne seca, frango à passarinho, bebeu água e migrou para a cerveja. A atriz Taís Araújo cumprimentou o ministro, e visitou a mesa de Barbosa com frequência.
Por causa das dores na coluna, que o impedem de ficar sentado por muito tempo, o ministro se levantou com frequência. Em dois momentos, chegou a batucar e cantarolar “Brasil Pandeiro", que ficou famosa na versão dos Novos Baianos, e “Quem te viu, quem te vê”, de Chico Buarque, além de acenar da sacada.
— Eu apertei a mão do maior homem do Brasil, não vou nem dormir hoje. Eu disse pra ele: concorre à Presidência, não abre mão não. Ele acenou com a cabeça — disse José Barbosa, comandante da Marinha.
— Nunca tinha visto tietagem tão grande. Estive com ele em junho, quando o convidei para vir ao samba. Disse que viria ainda este ano, mas eu não acreditei — contou Daniel Silva, vice-presidente do Renascença: — Todo ano, em novembro, elegemos um Zumbi no Dia da Consciência Negra, alguém que tenha feito muito pela raça e, ano passado, ganhou ele. Como é uma pessoa muito importante para nós, o retrato dele vai ficar para sempre aqui.

Regulação da maconha no Uruguai deve abrir portas para experimentos na região

Uruguaios participam da última marcha pela maconha, no dia da aprovação da lei em Montevidéu
Uruguaios participam da última marcha pela maconha, no dia da aprovação da lei em Montevidéu Foto: ANDRES STAPFF / REUTERS
Marina Gonçalves - O Globo
Tamanho do textoA A A
RIO — Em 2013, os estados americanos do Colorado e Washington aprovaram a regulação da maconha para fins recreativos. Mas foi o Uruguai, que em uma decisão inédita tornou-se o primeiro país a legalizar o cultivo, a venda e o consumo da cannabis, o grande responsável por trazer o tema a debate em quase todas as partes do mundo. A droga, que é usada para fins recreativos, medicinais e até em rituais espirituais desde 3.000 a.C., ainda causa polêmica e é legal em outros 20 estados dos EUA, para fins terapêuticos. Em países europeus como Portugal, Espanha e Holanda, e alguns latino-americanos, como Colômbia e México, o consumo e o porte para uso pessoal são descriminalizados, isto é, não são considerados crimes. O que não quer dizer que o consumo seja legalizado.
- Somente no Uruguai e nos dois estados americanos, assim como nos coffee shops da Holanda e nos clubes cannabis da Espanha, o consumo é legal de fato. Em cerca de 20 outros países no mundo o consumo é descriminalizado, isto é, os consumidores não são punidos pela justiça criminal, mas a droga não é legal - explica a cientista política Ilona Szabó.
Para ela, a regulamentação do mercado é um pontapé para a discussão sobre o tema na América Latina.
- Creio que a coragem do líder uruguaio abrirá portas para experimentos em outros países da região, e a seriedade de cada governo e o comprometimento com o monitoramento e avaliação constante da política será determinante para que os resultados esperados sejam atingidos. Sem dúvidas devemos olhar os resultados desta política de perto, e avaliar a possível adaptação do que der certo a outras realidades próximas, incluindo a nossa - ressalta a cientista política, que lembra que a discussão já acontece em muitos países da América do Sul como o México, Guatemala, Equador, Argentina e Colômbia. - O Brasil, no entanto, está bastante atrasado neste debate. Já está mais que na hora do país dar este passo.
A cientista política - que é diretora-executiva do Instituto Igarapé - não acredita que a aprovação da medida e sua implantação, a partir do ano que vem, aumente o fluxo de turistas para o país. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 4% da população mundial usam cannabis pelo menos uma vez ao ano e cerca de 0,6% (22,5 milhões) a consomem diariamente.
- Hoje muitos líderes políticos já perceberam que se não enfrentarem a questão da reforma das políticas de drogas, continuarão enxugando gelo no combate à criminalidade em seus países. No momento, o grande paradoxo é que a proibição, na verdade, é muito mais permissiva do que a regulação. Quem quiser comprar drogas, o faz sem nenhuma regra, restrição de idade ou controle de qualidade, literalmente em todas as cidades do planeta. Desta forma, não é provável que as pessoas se desloquem até o Uruguai para comprar maconha. Até mesmo porque o governo terá um cadastro dos usuários e somente essas pessoas, cidadãos uruguaios, poderão comprar maconha legalmente.
O modelo uruguaio ainda não foi testado, mas já recebeu criticas e elogios representativos e até inesperados. A revista americana “Economist” defendeu recentemente que a nova legislação permite às autoridades se “concentrarem em crimes mais graves, o que nenhum outro país fez”, tecendo elogios ao presidente uruguaio José “Pepe” Mujica. Já as Nações Unidas afirmaram, logo após a aprovação, que a nova legislação violaria convenções internacionais. Segundo o comunicado da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (INCB na sigla em inglês), o Uruguai estaria “quebrando convenções internacionais sobre o controle de drogas”. Seu presidente, Raymond Yans, afirmou estar surpreso por Montevidéu ter “conscientemente decidido romper as provisões legais universalmente acordadas e endossadas do tratado”. André Barros, mestre em Ciência Penal e o advogado da Marcha da Maconha rebate às críticas.
- A ONU se prende a uma convenção de 1961, um modelo antigo de guerra às drogas - explica.
Pioneirismo holandês
A Holanda, país pioneiro na legalização do uso recreativo, inclusive para turistas, decidiu não quebrar a convenção. Mas resolveu acabar com o vínculo entre usuários e traficantes. O fenômeno dos Coffee Shops surgiu na década de 70, quando líderes políticos, assustados com o fenômeno da heroína e também frustrados diante o fracasso da guerra às drogas, decidiram encontrar modos de reduzir o impacto da criminalização nos jovens e na sociedade. No modelo holandês, a venda de maconha em pequenas quantidades pelos coffee shops é tolerada, mas os donos dos estabelecimentos continuam comprando a maconha de fontes que a produzem de forma ilegal.
- Cabe destacar que a política de descriminalização do consumo de drogas leves não produziu um aumento no consumo na Holanda, quando comparado com outros países que adotaram políticas proibicionistas. Atualmente, a Holanda tem o menor percentual de pessoas que se injetam com heroína em toda a União Europeia e também o menor percentual de usuários problemáticos. A heroína perdeu seu atrativo para a maioria dos jovens e é vista como uma “droga que é um beco sem saída” - diz Ilona.
Nos EUA, a experiência inédita do Colorado e Washington incentivou o debate na maior parte dos legislativos estaduais. No primeiro semestre de 2013, só 18 dos 50 estados não apreciaram projetos de lei para liberação do acesso medicinal, do uso recreativo ou de descriminalização. Dos 18, seis já legalizaram a aplicação terapêutica da cannabis, deixando apenas 12 totalmente alienados do debate. Cada estado americano tem poder de aprovar suas próprias medidas em relação ao tema, embora a lei federal considere crimes o uso e o porte da maconha.
- Nos EUA a maconha foi legalizada através de plebiscitos, ou seja, na maioria das vezes, a população votou sobre o tema diretamente. Mas, apesar da legalização total em Washington e no Colorado, é o país quem lidera a política de criminalização da maconha no mundo inteiro. O governo americano precisa mudar sua postura em relação à criminalização, já que é o que mais planta e tem a medicina mais avançada do mundo, inclusive para o tratamento do câncer e da Aids - destaca Barros

Governo estuda usar verba do FAT para dar cursos a demitidos da GM

Geralda Doca, Martha Beck, Roberta Scrivano e Ronaldo D’Ercole - O Globo
Tamanho do textoA A A
BRASÍLIA e SÃO PAULO - O governo decidiu agir para minimizar os efeitos das demissões da General Motors (GM), anunciadas às vésperas do Ano Novo, por carta. Segundo revelou ao GLOBO o ministro do Trabalho, Manoel Dias, uma das saídas a serem propostas à montadora, no início de janeiro, é usar um programa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que está sendo remodelado, a fim de permitir que esses funcionários possam fazer cursos de qualificação dentro da própria empresa, usando maquinários disponíveis, para serem reaproveitados em outras áreas. Durante o período do curso, eles receberiam uma bolsa do FAT.
Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos decidiu recorrer à presidente Dilma Rousseff, depois que a GM começou, no fim de semana, a enviar correspondências a funcionários que estavam em férias coletivas informando sobre as demissões. Em carta enviada à presidente, Antonio Ferreira, o Macapá, presidente do sindicato, lembrou que na reunião entre governo e montadoras, semana passada, ficou acordada a manutenção dos empregos em troca da volta gradual das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), rebaixadas para estimular as vendas do setor. Por isso, o sindicato insistia que a presidente Dilma forçasse a GM a rever as demissões.
— O governo não pode colaborar com essa situação e deve evitar que isso ocorra — disse.
Dias: momento inoportuno
Manoel Dias, que conversou ontem por telefone com o presidente da montadora e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse, porém, que os demitidos terão que cumprir o processo normal de desligamento. Ele disse que foi informado por Moan de que as demissões foram motivadas pela desativação, programada, de uma linha de montagem e a interrupção da fabricação do Classic na unidade de São José dos Campos. As demissões de última hora ocorreram, segundo o ministro, pois não houve acordo com o sindicato.
— Não houve entendimento com o sindicato da categoria e 670 trabalhadores foram demitidos — disse o ministro, que considerou, por outro lado, o corte por telegrama e às vésperas do Ano Novo, “inoportuno”.
Dias disse que vai receber representantes dos trabalhadores, depois de amanhã, e que apoia a intenção do sindicato local em pedir ajuda da presidente Dilma para tentar reverter a situação.
— É uma demissão expressiva e tem impactos. Por isso, vamos tentar encontrar uma solução — disse o ministro, que deverá se reunir com a Anfavea no início de janeiro.
Ele mencionou também que as demissões não têm ligação com o aumento gradual do IPI para o setor automotivo e que o problema é localizado. Técnicos da Fazenda disseram que o governo não pode interferir em decisões do setor privado, sobretudo porque a dispensa pode não estar relacionada ao aumento do IPI ou à exigência de freios ABS e airbags em todos os carros.
A GM diz que as dispensas estavam previstas há mais de um ano, quando decidiu encerrar a produção do Classic em São José dos Campos. E que, por isso, nada tem a ver com o IPI. Ao todo, eram 1.500 os trabalhadores dessa linha. Mas ao longo do ano muitos aderiram aos vários plano de demissão voluntária (PDV), e agora restariam 450. Macapá, do sindicato, diz que a empresa estaria demitindo em outras áreas do complexo de São José dos Campos. A GM nega.
Já o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou que as dispensas nas fábricas da Volkswagen e da Ford em Taubaté foram decorrentes de PDVs negociados, e não têm relação com a descontinuação de algum modelo, como na GM.

Schumacher luta pela vida após acidente de esqui

Michael Schumacher
Michael Schumacher Foto: Saurabh Das / AP
Reuters
Tamanho do textoA A A
GRENOBLE, França, 30 Dez (Reuters) - O alemão Michael Schumacher, piloto mais vitorioso da história da Fórmula 1, luta pela vida em um hospital da França após sofrer um acidente de esqui, disseram os médicos nesta segunda-feira, acrescentando ser cedo para fazer prognósticos.
"Podemos dizer que sua condição implica uma ameaça à sua vida", disse em entrevista coletiva Jean-François Payen, anestesista-chefe do hospital CHU, em Grenoble, no leste do país.
"Por enquanto, não podemos dizer qual é o futuro de Michael Schumacher", acrescentou. "Estamos trabalhando sem parar - estamos tentando ganhar tempo."
O heptacampeão da Fórmula 1 foi internado no domingo, após sofrer lesões na cabeça durante a prática de esqui fora de pistas, na estação alpina de Meribel, na França, onde possui uma casa de férias.
"É óbvio que o capacete dele o protegeu pelo menos em parte. Alguém que sofresse um acidente similar sem capacete não teria chegado até aqui (o hospital)", disse Payen.
Phillippe Quincy, um promotor público de Albertville, disse à Reuters que uma investigação para identificar as causas do acidente começaram no domingo. Descobertas iniciais indicaram que a força do impacto foi tão forte que o capacete de Schumacher foi estraçalhado.
"Nós sabemos que o acidente ocorreu em uma área fora das pistas, onde havia rochas parcial ou totalmente encobertas pela neve", disse Quincy, acrescentando que Schumacher provavelmente perdeu ao equilíbrio devido a uma dessas rochas.
Schumacher estava consciente ao ser transportado para o hospital local em Moutiers e depois para Grenoble. No entanto, sua condição deteriorou rapidamente em seguida.
O neurocirurgião Stephan Chabardes disse que uma tomografia de emergência no cérebro do ex-piloto, de 44 anos, revelou hemorragias internas e várias lesões. Uma cirurgia já foi realizada para estancar o sangramento.
Segundo os médicos, Schumacher foi colocado em coma induzido, mas uma segunda cirurgia não foi realizada e nem está sendo planejada a esta altura, ao contrário do que chegou a noticiar a imprensa francesa.
Um porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ela ficou chocada ao receber a notícia.
"Temos esperança de que ele supere as lesões e possa se recuperar", disse o porta-voz em uma coletiva de imprensa rotineira em Berlim.
ESPERANÇAS E REZAS
Schumacher recebe os cuidados do professor Gerard Saillant, um especialista em cirurgias no cérebro e espinha dorsal que também é presidente do Instituto da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Saillant disse em uma coletiva de imprensa que estava no hospital "como amigo", sem dar mais detalhes sobre as condições do ex-piloto.
Repórteres do tabloide alemão Bild disseram que Ross Brawn, que trabalhou com Schumacher na Ferrari e na Mercedes respectivamente como diretor-técnico e vice-diretor-geral, chegou a Grenoble.
O antigo companheiro de equipe na Ferrari Felipe Massa, que sofreu um acidente quase fatal no Grande Prêmio da Hungria em 2009, disse que estava rezando pelo amigo.
Schumacher é o piloto de Fórmula 1 mais bem sucedido da história, com 91 vitórias ao longo de mais de duas décadas de carreira.
Ele venceu o seu primeiro título pela equipe da Benetton em 1994, mesmo ano em que o brasileiro tricampeão Ayrton Senna morreu após um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino.
(Reportagem de Morade Azzouz)

‘Com o titânio, o Anderson não quebra mais a perna esquerda. É mais fácil quebrar o joelho do adversário’, diz Minotauro

Anderson Silva tentou acertar Chris Weidman com um chute baixo, mas acabou com a perna quebrada na defesa do norte-americano Foto: David Becker / AP
Bruno Marinho
Tamanho do textoA A A
Além da dor, o que restou do trágico golpe defendido pelo norte-americano Chris Weidman no UFC 168, que culminou com a fratura da perna esquerda de Anderson Silva, foi a dúvida sobre o futuro do maior recordista de defesas de cinturão do UFC. Rodrigo Minotauro tem mantido o discurso otimista quanto ao horizonte do amigo dentro do octógono. Para ele, o peso médio terá condição de voltar a lutar profissionalmente, caso seja essa a sua vontade.
- Acho que a história dele não parou por aí. Em três semanas ele já estará colocando os pés no chão novamente. Outro dia, um garoto que treina conosco teve o mesmo problemas e em quatro meses estava conosco novamente. Isso depende de cada um, da força de vontade - disse, para completar, positivo:
- Ele colocou titânio na perna. Essa perna não quebra mais. É mais fácil quebrar o joelho do adversário.
A fratura não provocou dor maior do que a frustração causada pela segunda derrota diante do algoz. Antes da cirurgia para corrigir o problema sofrido na tíbia, o lutador brasileiro lamentou mais o fracasso na tentativa de recuperar o cinturão dos pesos médios do UFC do que a grave lesão que pode marcar o fim de sua carreira.
O ex-campeão encontrou o apoio de sua equipe no quarto do Centro Médico Universitário de Las Vegas, para onde foi diretamente levado depois de sofrer a fratura, durante o segundo round da luta contra o norte-americano. Rodrigo Minotauro, um dos grandes amigos de Anderson Silva no MMA, revelou um pouco de frustração sentida pelo lutador.
- Ele ficou muito chateado com o resultado da luta, mais do que com a própria lesão. Pediu desculpa para o pessoal, porque ele não conseguiu recuperar o cinturão. Nós vimos o quanto ele treinou, como ele estava focado, encarando a luta com seriedade, com até mais seriedade do que o adversário - afirmou o peso pesado.

Anderson Silva escapou de lesão que poderia levar a amputação da perna, diz médico do UFC

Anderson Silva berra de dor depois de fratura na perna causada pela defesa de Chris Weidman
Anderson Silva berra de dor depois de fratura na perna causada pela defesa de Chris Weidman Foto: Sam Morris / AP
Bruno Marinho
Tamanho do textoA A A
Anderson Silva, por incrível que pareça, até teve sorte. A grave fratura que sofreu em dois ossos da perna esquerda na luta contra Chris Weidman, no UFC 168, poderia ter sido ainda pior. Steven Sanders, médico que o operou no fim de semana em Las Vegas (EUA), revelou nesta segunda-feira em conferência por telefone que o brasileiro correu o risco de ter a perna amputada.
Segundo o ortopedista, o ex-campeão dos pesos médios do UFC sofreu uma das fraturas mais graves que ele já viu, mas ainda contou com a felicidade de escapar de dois sérios agravantes.
- Felizmente, sua pele não rompeu e os ossos e nem os tecidos ficaram expostos. Isso aumentaria em um milhão a chance de uma infecção, dentro de um lugar como o octógono. Além disso, sua perna, após a fratura, se movimentou de uma forma que a artéria não foi atingida. Se isso tivesse acontecido, poderia gerar um problema vascular muito grave, que poderia terminar em uma amputação - explicou.
A expectativa do médico é de que Anderson leve de três a seis meses para se recuperar e de seis a nove meses para que seja liberado para treinar novamente. Essa, inclusive, foi a primeira preocupação do recordista de defesas de cinturão do UFC.
- Ele logo me perguntou se poderia treinar de novo. Eu disse que sim. Depois, ele quis saber quando - disse.
Segundo Sanders, Anderson Silva, caso se recupere normalmente, terá totais condições de voltar a lutar e garantiu que sua idade, 38 anos, não irá influenciar na sua melhora. Para ele, mais preocupante que a recuperação da fíbia e da tíbula quebradas, é a recuperação dos músculos e da articulação do joelho e do tornozelo esquerdo. Devido ao longo período de imobilização da perna, serão as partes mais afetadas.
- Os ossos, eles se curam por si mesmo. Já o movimento perfeito dos joelhos, do tornozelo, ele terá de fazer terapia para isso.
Sem previsão de alta
Na luta em que fraturou a perna esquerda e perdeu a chance de recuperar o cinturão de campeão do UFC, Anderson Silva ganhou uma bolsa de US$ 600 mil, cerca de R$ 1,4 milhão. Com a conta reforçada, o ex-campeão terá de esperar para se recuperar em casa, ao lado da família. O médico Steven Sanders disse nesta segunda-feira que o lutador ainda não tem previsão de receber alta do hospital onde está internado. A equipe médica acompanha a evolução do quadro do lutador, o que inclui a recepção do organismo à haste de titânio que foi colocada em sua perna:
- Geralmente, o titânio tem uma rejeição muito pequena. Ele pode ficar no corpo pelo resto da vida. Será uma decisão do Anderson, na verdade.

CANTOR NETINHO FESTEJA RESULTADOS DE EXAMES E SE PREPARA PARA VOLTAR A MORAR NO RIO

Netinho em trio elétrico no Rio: réveillon em SalvadorFoto: Divulgação
Tamanho do textoA A A
Após três meses internado em São Paulo, o cantor Netinho prepara uma festança na noite de réveillon, em sua casa, em Salvador, para comemorar a chegada de 2014 e os bons resultados dos exames que acaba de fazer. No próximo dia 10, ele volta a morar no Rio.
Netinho passou por um delicado problema de saúde. Por consequência de uso de anabolizantes, ele desenvolveu um câncer na região do fígado e teve que ficar internado por três meses se recuperando. Netinho passou no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ele entrou no dia 10 de maio e recebeu alta no dia 20 de agosto.

Moradores trocam Copacabana para celebrar a chegada do Ano-Novo no Parque Madureira

A gamília de Elizabeth brinda a chegada do Ano-Novo no Parque Madureira
A gamília de Elizabeth brinda a chegada do Ano-Novo no Parque Madureira Foto: Bruno Gonzalez / Agência O Globo
Rafael Soares
Tamanho do textoA A A
O comerciante Sérgio Cantalice, de 48 anos, passou quase 20 festas de Ano-Novo de sua vida nas areias de Copacabana. A série foi interrompida no ano passado, quando o morador de Madureira resolveu experimentar uma opção mais próxima de casa: o então recém-inaugurado Parque Madureira. Chegou cedo e foi embora em sua bicicleta, tão satisfeito que decidiu repetir a dose neste réveillon.
— Depois que a cascata do Hotel Meridien, em Copacabana, parou de ser feita, a festa lá não é a mesma. Aqui é muito mais animado — explica Sérgio, que este ano deve chegar cedo, por volta das 19h, com sua inseparável bicicleta, para acompanhar todas as atrações do palco.
Ele não é o único que trocou a Zona Sul por Madureira na hora de comemorar a chegada do novo ano. Apesar do sobrenome, Paulo Madureira, de 63 anos, assistiu à chegada de 2013 nas areias de Copacabana. No primeiro minuto do ano, ligou para seu filho, Paulo Jorge, de 36, que estava no parque. A animação do outro lado da linha era tanta que o pai não teve dúvida: este ano, a família toda vai passar o réveillon curtindo, com outras milhares de pessoas, as atrações do parque.
— Reunimos um grupo de 30 pessoas que vão passar o Ano-Novo juntas aqui, entre parentes e amigos. Vamos trazer dez isopores com cerveja, champanhe e sanduíche de pernil — conta Paulo, que, entretanto, ficou desapontado com a falta de decoração do parque para a festa: — No ano passado, todas as árvores estavam decoradas com lâmpadas. O parque estava lindo. Este ano, não tem iluminação nenhuma. Bola fora da prefeitura.
Paulo com o filho, no Parque Madureira
Paulo com o filho, no Parque Madureira Foto: Bruno Gonzalez / Agência O Globo
O réveillon no parque também é uma boa opção para quem vai levar a criançada. A dica é de Elizabeth dos Santos, de 37 anos, que, no ano passado levou toda a família, incluindo a filha Juliana Oliveira, de 17, que é cadeirante, e a sobrinha, Jenifer Oliveira, de 6 anos:
— Ficamos em frente ao palco. Não houve tumulto nem confusão.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Botafogo coloca pacotes para Equador à venda

O Globo
Tamanho do textoA A A
RIO - Antes mesmo de confirmar a preparação que o elenco fará para enfrentar o Deportivo Quito na altitude de 2.880 metros, em 29 de janeiro, o Botafogo já comercializa pacotes para os seus torcedores acompanharem o time no Equador, na estreia na Liberatdores. Os preços vão de R$ 1.106,82 (sem passagem aérea, para não-sócios) a R$ 4.594,98 (com passagem, para sócios do clube), com direito a hospedagem.
Há opções de pacotes para saídas do Rio de Janeiro e São Paulo, com hospedagem, transfer in/out, evento pré-jogo, ingresso e traslado de ida e volta para o estádio com escolta policial inclusos.

Vasco tem pedido de impugnação negado pelo STJD e segue na Série B

Domingos Moro, advogado do Atlético-PR, e Luciana Lopes, que defende os interesses do Vasco
Domingos Moro, advogado do Atlético-PR, e Luciana Lopes, que defende os interesses do Vasco Foto: Parceiro / Agência O Globo
Diogo Dantas
Tamanho do textoA A A
O Vasco teve negado nesta sexta-feira o recurso em que pedia a impugnação da partida contra o Atlético-PR, na Arena Joinville, pela última rodada do Brasileirão, e vai mesmo disputar a Série B em 2014. O Pleno do STJD manteve a decisão anterior do presidente Flavio Zveiter de não julgar a possível anulação da partida, já que não houve punição ao árbitro Ricardo Marques Ribeiro, e que ele tinha o poder de decidir se o jogo seria retomado após a confusão entre as torcidas que deixou alguns feridos.
A decisão do Pleno foi unânime e todos os auditores e o presidente do STJD acompanharam o voto do relator Ronaldo Botelho Piacente, que alegou que o árbitro agiu dentro do regulamento e que a segurança estava garantida por agentes particulares, com laudo da Polícia Militar de Joinville sustentando as condições. "O árbitro entendeu que poderia continuar a partida porque a Polícia Militar lhe garantiu segurança", disse o relator.
Na defesa do Vasco, a advogada Luciana Lopes alegou que o jogo não poderia nem ter sido iniciado, diante da falta de policiamento.
- O Vasco não está aqui para ter ponto no tapetão. Só pro julgamento tem 125 pms. Essa partida não poderia ter sido marcada, muito menos iniciada sem segurança, ferindo Estatudo do Torcedor. Se não entrasse em campo estaria aqui para responder a um W.O. O que o Vasco quer é que essa impugnação de partida seja julgada. Se o Flamengo vai ser rebaixado, o Atletico perder os pontos, lamento - afirmou.
O procurador Paulo Schmitt disse, por sua vez, que não há erro de direito, argumento também citado pelo relator posteriormente. E tocou novamente no fato de que o árbitro foi absolvido.
- Avaliamos que o árbitro atuou dentro dos limites do regulamento, se haveria ou não segurança. Entendemos que não deveria ter iniciado, denunciamos e não houve recurso de ninguém. Não temos a culpa do árbitro, e isso seria relevante para impugnação - afirmou.
O advogado Domingos Moro, que defendeu o Atlético-PR mas se declarou torcedor do Vasco, foi efusivo na argumentação e chegou aos mesmos pontos da Procuradoria.
- O Vasco quer modificar um resultado. Porque anular a partida não adianta. Não há o requisito do erro de direito. Há uma decisão de quem tinha o poder de decisão. E ele disse que tomou a decisão em dez minutos. E foi absolvido por unanimidade. Não há um álibi - encerrou.
 - Atualizado em 

Sem folgas para o Natal e o Réveillon, atletas ficam insatisfeitos com FPF-PE

Atacante Wanderley foi o representante dos jogadores para expressar a indignação

Por Caruaru, PE
2 comentários
Com a realização da Copa do Mundo no Brasil, prevista para o ano que vem, o Campeonato Pernambucano de 2014 começou um pouco mais cedo, com início no dia 8 de dezembro deste ano. Com a antecipação do calendário alguns jogadores estão chiando com a quantidade de partidas que estão sendo realizadas pela competição. Outro fator que também deixou os atletas bastante chateados foi relativa as folgas de Natal e de Réveillon terem sido canceladas pelos clubes, devido a data dos jogos.
No Natal todos os clubes que estão disputando o Pernambucano, não tiveram folga e trabalharam durante todos os dias desta semana. Caso semelhante deve acontecer na semana do fim de ano, com trabalho realizado diariamente. Na última quarta-feira (25), os times trabalharam duro visando aos jogos da 6ª rodada do estadual e, possivelmente, também irão trabalhar no primeiro dia de 2014.
Wanderley Central (Foto: André Vinícius / GloboEsporte.com)Atacante Wanderley foi um dos representantes (Foto: André Vinícius / GloboEsporte.com)
O atacante do Central, Wanderley, reclamou bastante sobre os dias de folga que os jogadores não terão mais. Segundo W11, como é conhecido, a mudança nas datas dos jogos atrapalhou bastante o descanso nas festas de fim de ano.
- A Federação Pernambucana de Futebol tem que repensar, mesmo que seja para o próximo ano. Nós também somos seres humanos, não maquinas. A gente também tem família, estamos no dia primeiro concentrados. No dia 25 foi aniversário do meu pai e eu não pude comparecer e nem irei poder no Réveillon.
A Federação Pernambucana de Futebol se pronunciou por meio de nota. Segundo a entidade as decisões foram tomadas em comum acordo com os clubes envolvidos no Pernambucano 2014. 
Ainda de acordo com a FPF-PE, a entidade antecipou o início do Campeonato Pernambucano 2014 em comunhão com os clubes, para que eles mantivessem o mesmo número de jogos das competições anteriores. Isso ocorreu em virtude do calendário apertado, devido a Copa do Mundo. A tabela foi divulgada dentro do prazo legal estabelecido pelo Estatuto do Torcedor e cabe aos clubes a programação para cada partida.