Delegado federal é condenado por suspeita de criar esquema de cobrança de propina a empresários
O Tribunal Regional Federal (TRF) condenou por corrupção passiva, no último dia 10, um delegado da Polícia Federal que, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), criou um esquema de cobrança de propinas a empresários dentro de uma das unidades mais importantes da corporação — a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) do Rio. Hélio Khristian Cunha de Almeida foi condenado a dois anos e meio de prisão em regime aberto e perda do cargo.
Os bastidores das atividades de Hélio mostram que, para tentar conseguir R$ 5 milhões de uma vítima, em 2005, ele teria simulado um inquérito policial e expedido um ofício a um cartório para levantar os bens do empresário, com o falso argumento de que atendia a uma demanda do MPF.
Segundo a denúncia, participavam do esquema o escrivão da PF Carlos Alberto Araújo Lima e o advogado Mário Jorge da Costa Carvalho. Carlos pegou um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, mas teve a pena substituída por prestação de serviços. Ele não perdeu o cargo. Já Mário, que tem 16 ocorrências policiais contra si, foi condenado a dois anos e seis meses em regime aberto.
Procurada, a PF não se pronunciou. O EXTRA não encontrou o escrivão e Mário para falarem sobre a condenação. Já o advogado de Hélio informou que seu cliente foi “absolvido em primeira instância porque a suspeita vítima nega que tivesse ocorrido concussão (exigir, para si ou para outros, vantagem indevida), bem como todas as testemunhas”. Ainda segundo o advogado Antônio Pedro Melchior Marques Pinto “causou surpresa a decisão do TRF”. Ele acredita que a sentença será revertida no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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