segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O mapa da violência no Brasil já está na internet

O sistema permite visualização por mapas e traz indicadores dos 26 estados e do Distrito Federal
O sistema permite visualização por mapas e traz indicadores dos 26 estados e do Distrito Federal Foto: Sinesp / Reprodução da internet
Guilherme Amado
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De 2011 para 2012, os registros de assassinatos aumentaram em quase todos os estados do Brasil, mas houve mais registros em Alagoas e no Espírito Santo. No Rio, houve queda. Essa e outras comparações dos números da violência, estado por estado, estão disponíveis ao cidadão desde a última quarta-feira, quando o governo federal tirou do papel o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o primeiro passo para que o país tenha uma radiografia completa de sua criminalidade.
O Sinesp é o primeiro banco de dados on-line — www.sinesp.gov.br — em que se pode comparar os indicadores criminais oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Reivindicação antiga de pesquisadores de segurança pública, o sistema publicou inicialmente apenas os dados criminais sobre assassinatos, roubos seguidos de morte, lesões corporais seguidas de morte, estupros e furtos e roubos de veículos.
Os dados mostram que, de 2011 para 2012, também houve crescimento na incidência dos latrocínios, estupros e roubos de veículos.
Mas o objetivo do sistema vai além e pretende integrar, além de indicadores criminais, informações prisionais e sobre drogas dos 26 estados e do DF. O Ministério da Justiça quer implantar a plataforma em módulos, para que os estados possam se adaptar.
— Sem isso, era como tentar diagnosticar doença sem exame. Resolver o problema sem isso é impossível — explicou o sociólogo Ignácio Cano, Laboratório de Análise da Violência, da Uerj.
A preocupação de Cano foi a mesma do governo federal. Durante anos, os estados não repassavam seus dados criminais ao Ministério da Justiça. A saída encontrada pela pasta foi incluir um artigo na Lei 12.681, que criou o Sinesp em julho de 2012, e atrelar o repasse dos indicadores à destinação de verbas para a segurança pública.
— É direito do estado não aderir, mas também é nosso direito não repassar verbas a quem não alimenta o sistema informativo — explicou a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki.
Especialistas e o próprio governo duvidam da credibilidade das informações repassadas por alguns estados. Recentemente, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostrou que cerca de 8.600 homicídios são registrados de forma errada todos os anos.
— A transparência que o Sinesp traz contribui para melhorar as estatísticas. Os governadores começam a ver que alguns dados são irreais — afirmou a cientista social Sílvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que o policial se familiarize com o sistema:
— O serviço oferecerá consultas operacionais, investigativas e estratégicas sobre drogas, segurança pública e justiça, entre outras, otimizando a atuação nas ruas.

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