Flamengo ‘esquece’ o povão e mantém preço de ingresso por rombo de R$ 25 milhões
A venda de ingressos para a segunda partida da final da Copa do Brasil virou caso de polícia. O Flamengo agora é alvo de inquérito por crime contra a economia popular na Delegacia do Consumidor, que investiga os preços estipulados pelo clube. A diretoria rubro-negra insiste em seu direito ao lucro em jogo de grande apelo, cobrando entre R$ 250 e R$ 800, e não se envergonha em admitir que desta vez não vai pensar no povão, que compõe a maior parcela de sua torcida. A cúpula alega que, para fechar o ano no azul, precisa de R$ 25 milhões para pagar o 13º salário de jogadores e funcionários e reforçar o time.
— Precisamos gerar caixa para poder pagar funcionários, jogadores e impostos. Se não pagarmos impostos, não tem patrocínio da Caixa. Volta aquela bagunça. Teríamos que pedir adiantamento de receitas de 2018, 2019. O Flamengo mudou. É um clube responsável — argumentou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
A alegação não convenceu o Ministério Público Estadual e também levou a Polícia Civil a cobrar explicações, depois de fiscais do Procon-RJ irem à Gávea buscar sete documentos exigidos em audiência marcada para ontem — à qual nenhum representante do Flamengo compareceu. Os fiscais entraram no clube e, diante de nova negativa sobre o pedido, encaminharam à delegacia o diretor jurídico Bernardo Accioly com escolta da Polícia Militar.
— O Flamengo mandou um ofício explicando ponto por ponto. Mas foi vitima de uma arbitrariedade só comparável ao que acontecia no regime militar — exaltou-se o presidente do clube.
O delegado Tarcísio Jansen, da Decon, ouviu as partes por mais de três horas. Pelo lado do Flamengo, o advogado Michel Assef Filho foi chamado, já que o vice-presidente jurídico Flavio Willeman é Procurador do Estado e se afastou do tema
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