Revelações11/11/2013 | 00h50
Ex-miss Brasil rompe o silêncio e fala dos misteriosos sete anos longe de Joinville
Taíza Thomsen conversou com repórter especial e colunista social de A Notícia
Leandro Junges e Adri Buch
Após sete anos, Taíza Thomsen, joinvilense e miss Brasil 2002, volta à cidade natal e, em entrevista, conta sobre o tempo que ficou na Europa. Fala de tráfico de mulheres, dos sonhos que deixou pelo caminho e das dificuldades que passou neste período.
A ex-miss Brasil Taíza Thomsen rompeu um silêncio de sete anos. Na última sexta-feira, ela conversou com quatro jornalistas e contou a própria versão para a história que cercou o desaparecimento dela, desde o fim de 2006. Dois jornalistas de "A Notícia" (o repórter especial Leandro Junges e a colunista social Adri Buch); a apresentadora Renata Seliprim, da RBS TV; e Janara Nicoletti, do portal G1, puderam fazer perguntas por quase duas horas.
Taíza falou abertamente sobre a fuga do País, os boatos que cercaram a saída em 2006 e sobre os sete anos em que viveu na Europa. Sem revelar nomes, sugere ter sido vítima, aos 23 anos, de um esquema de aliciamento e tráfico de mulheres para prostituição.
Na maior parte do tempo, viveu com medo. Uma paixão-relâmpago pelo homem belga que controlava o suposto esquema, um namoro conturbado com um italiano, muitos trabalhos informais, sem nenhuma relação com a carreira de modelo. Contou que passou fome e buscou alimentos no lixo. Um ano inteiro sem sair de casa, o encontro com uma família que a teria ajudado nos últimos três anos e até uma tentativa de suicídio. Esses foram alguns dos ingredientes do drama que ela descreve em detalhes e sempre entre lágrimas.
Em um vestido florido azul, acompanhada do pai, o empresário Antônio Severina, e do advogado Carlos Adauto Vieira, Taíza fala em um português perfeito, mas com um inconfundível sotaque britânico.
Está pesando 61 quilos, distribuídos em 1,73 metro _ cinco quilos a menos do que no ano em que disputou o título de mulher mais bonita do Brasil. O peso é só um dos indícios de que algo não saiu bem. Ao contar sua história, Taíza intercala momentos de reflexão com outros de profunda tristeza. O sorriso e o olhar continuam iluminados, quase hipnóticos.
Preço alto pela segurança
Após receber o título de miss Brasil 2002, Taíza Thomsen foi para São Paulo para estudar. Queria ser jornalista e apresentadora de TV. Chegou a fazer cursos e alguns trabalhos, mas não deu tempo de tentar a faculdade de jornalismo. Trabalhou durante alguns meses como vendedora de roupas em uma loja de um shopping na capital paulista. Começou a trabalhar em uma agência, onde conheceu o ex-namorado, que tempos depois se transformou no pivô da fuga dela do Brasil.
Em 2006, após o término do namoro, uma amiga em comum do casal a ajudou a sair do País. Essa mulher teria convencido a joinvilense de que o ex-namorado a estava perseguindo, que ele era uma ameaça e que a ex-miss estava em perigo, por isso deveria ir para longe. A melhor saída para Taíza era ir ao encontro de um "amigo belga" que a tal mulher conhecia na Europa.
Ele ajudaria a ex-miss financeira e emocionalmente. Ele também daria as condições necessárias para que ela pudesse desenvolver a carreira de modelo na Europa. Mas, segundo Taíza, o preço a ser pago era alto: ela não poderia mais se comunicar com os pais e os amigos. Conforme a mulher informou à ex-miss, os telefones estavam todos grampeados e o risco de morte estava estendido à família e aos amigos.
— Eu ligava para ela (amiga brasileira) chorando, dizendo que não queria sair do Brasil, que iria procurar a polícia. Mas ela dizia: "Não, a polícia não vai acreditar na história, não vai te ajudar". Eu era inocente. Hoje, eu vejo que ela fez uma lavagem cerebral em mim — diz Taíza, sempre lembrando que, aos 23 anos, "não tinha consciência de que poderia estar entrando em algo tão perigoso".
Essa mulher, segundo Taíza, foi denunciada e está sendo investigada pela Polícia Federal em São Paulo.
A ex-miss Brasil Taíza Thomsen rompeu um silêncio de sete anos. Na última sexta-feira, ela conversou com quatro jornalistas e contou a própria versão para a história que cercou o desaparecimento dela, desde o fim de 2006. Dois jornalistas de "A Notícia" (o repórter especial Leandro Junges e a colunista social Adri Buch); a apresentadora Renata Seliprim, da RBS TV; e Janara Nicoletti, do portal G1, puderam fazer perguntas por quase duas horas.
Taíza falou abertamente sobre a fuga do País, os boatos que cercaram a saída em 2006 e sobre os sete anos em que viveu na Europa. Sem revelar nomes, sugere ter sido vítima, aos 23 anos, de um esquema de aliciamento e tráfico de mulheres para prostituição.
Na maior parte do tempo, viveu com medo. Uma paixão-relâmpago pelo homem belga que controlava o suposto esquema, um namoro conturbado com um italiano, muitos trabalhos informais, sem nenhuma relação com a carreira de modelo. Contou que passou fome e buscou alimentos no lixo. Um ano inteiro sem sair de casa, o encontro com uma família que a teria ajudado nos últimos três anos e até uma tentativa de suicídio. Esses foram alguns dos ingredientes do drama que ela descreve em detalhes e sempre entre lágrimas.
Em um vestido florido azul, acompanhada do pai, o empresário Antônio Severina, e do advogado Carlos Adauto Vieira, Taíza fala em um português perfeito, mas com um inconfundível sotaque britânico.
Está pesando 61 quilos, distribuídos em 1,73 metro _ cinco quilos a menos do que no ano em que disputou o título de mulher mais bonita do Brasil. O peso é só um dos indícios de que algo não saiu bem. Ao contar sua história, Taíza intercala momentos de reflexão com outros de profunda tristeza. O sorriso e o olhar continuam iluminados, quase hipnóticos.
Preço alto pela segurança
Após receber o título de miss Brasil 2002, Taíza Thomsen foi para São Paulo para estudar. Queria ser jornalista e apresentadora de TV. Chegou a fazer cursos e alguns trabalhos, mas não deu tempo de tentar a faculdade de jornalismo. Trabalhou durante alguns meses como vendedora de roupas em uma loja de um shopping na capital paulista. Começou a trabalhar em uma agência, onde conheceu o ex-namorado, que tempos depois se transformou no pivô da fuga dela do Brasil.
Em 2006, após o término do namoro, uma amiga em comum do casal a ajudou a sair do País. Essa mulher teria convencido a joinvilense de que o ex-namorado a estava perseguindo, que ele era uma ameaça e que a ex-miss estava em perigo, por isso deveria ir para longe. A melhor saída para Taíza era ir ao encontro de um "amigo belga" que a tal mulher conhecia na Europa.
Ele ajudaria a ex-miss financeira e emocionalmente. Ele também daria as condições necessárias para que ela pudesse desenvolver a carreira de modelo na Europa. Mas, segundo Taíza, o preço a ser pago era alto: ela não poderia mais se comunicar com os pais e os amigos. Conforme a mulher informou à ex-miss, os telefones estavam todos grampeados e o risco de morte estava estendido à família e aos amigos.
— Eu ligava para ela (amiga brasileira) chorando, dizendo que não queria sair do Brasil, que iria procurar a polícia. Mas ela dizia: "Não, a polícia não vai acreditar na história, não vai te ajudar". Eu era inocente. Hoje, eu vejo que ela fez uma lavagem cerebral em mim — diz Taíza, sempre lembrando que, aos 23 anos, "não tinha consciência de que poderia estar entrando em algo tão perigoso".
Essa mulher, segundo Taíza, foi denunciada e está sendo investigada pela Polícia Federal em São Paulo.
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