quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Segundo o advogado de Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva, como o réu foi sentenciado em regime semi-aberto, o seu destino deve ser a colônia agrícola José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH. Um pedido neste sentido já foi encaminhado para análise do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. No documento, o advogado Abreu e Silva argumenta que a Secretaria de Estado de Defesa de Minas informou que há vaga no presídio. Na unidade, há celas individuais, duplas e alojamentos coletivos para até 20 pessoas. Cada cela possui uma cama de alvenaria, um colchão, um vaso sanitário e uma torneira. Os detentos podem trabalhar e estudar. Pelo sistema de remissão, a cada três dias trabalhados resultam em um a menos na cadeia A capacidade é para 1.162 presos. É permitido rádio e TV de 14 polegadas se for fornecido por parentes.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Tolentino sacou o dinheiro dos falsos empréstimos feitos pelo Banco Rural às empresas de publicidade de Valério. Tolentino também é acusado de participar na lavagem do dinheiro recebido do Banco do Brasil pela DNA Propaganda, cujo desvio só teria sido possível pela participação de sua empresa na triangulação dos recursos. Segundo o procurador-geral, “para mascarar a sua origem, Rogério Tolentino acabou recebendo a quantia de 410 mil reais”.
Tolentino exerceu a função de juiz do TRE-MG de abril de 1998 a agosto de 2000, época do mensalão mineiro, o processo de suposto caixa dois durante a campanha de reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), hoje deputado federal, e do então candidato a vice, Clésio Andrade, atualmente senador pelo PMDB de Minas. O MPF analisou os votos proferidos por ele nos 51 processos em que Azeredo e Clésio figuraram como autores ou como réus. O resultado da pesquisa revelou que as decisões foram ora “manifestamente tendenciosa e absurda”, ora “grosseiramente equivocada”.
Quinze condenados pelo mensalão estão presos
O julgamento do mensalão resultou na condenação de 25 pessoas. Até agora, já foram para a cadeia 15. Estão presos em regime semiaberto: o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas; e os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Corrêa (PP-PE), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ). No regime fechado estão: o operador do mensalão Marcos Valério, seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach e sua antiga funcionária Simone Vasconcelos; e os ex-executivos do Banco Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinicius Samarane.
O ex-presidente do PT José Genoino chegou a ir para a cadeia, mas atualmente está em prisão domiciliar. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato teve a prisão decretada, mas está foragido. Já foi ordenada também a execução das penas alternativas do ex-deputado José Borba (PMDB-PR), do ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri e do doleiro Enivaldo Quadrado. O ex-deputado Roberto Jefferson passou por exame médico e caberá ao presidente do STF e relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, decidir se ele vai para a cadeia ou se cumprirá a pena em prisão domiciliar.
Outros três réus - o deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu e o doleiro Breno Fischberg - ainda não tiveram o trânsito em julgado.

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