quinta-feira, 12 de junho de 2014

Um apelo para que Obama resista às pressões por nova guerra

A imagem ao lado é a reprodução de uma página inteira da edição do jornal The Washington Post, um dos mais importantes do mundo, da última segunda-feira. No anúncio, oficiais militares e da inteligência dos Estados Unidos publicam uma carta aberta ao presidente Barack Obama com um apelo para que ele resista às inúmeras pressões por uma guerra com o Irã.
A opção bélica mais uma vez tem feito sonhar republicanos e, especialmente, as empresas que fabricam armas, e parte mais uma vez de deduções equivocadas, como ocorreu na invasão do Iraque.
Entre os que assimam está o Coronel Lawrence Wilkerson, que foi chefe de pessoal do ex-secretário de Estado Colin Powell. Lawrence foi também oficial de inteligência nacional da CIA.
O anúncio foi patrocinado pelo Conselho Nacional Irã-EUA, uma organização não partidária, sem fins lucrativos, de Washington. No texto, os signatários lembram o presidente de que nem todos os problemas têm uma solução militar. “A menos que nós ou um aliado sejam atacados, a guerra deve ser a opção sempre deixada como último recurso”.
O anúncio inclui declarações de altas patentes, como o chefe do Estado Maior General Martin Dempsey, o secretário de Defesa Leon Panetta, o ex-secretário de Defesa Robert Gates, o ex-comandante General Anthony Zinni e o ex-presidente do Estado Maior Conjunto Almirante Michael Mullen. Todos advertem que uma eventual guerra com o Irá é desnecessária e extremamente perigosa.
O anúncio chega no momento em que o presidente Obama sofre pressão dos chamados Falcões do Congresso, os pedidos de Benjamin Netanyahu (os dois na foto do anúncio) e de grupos nacionais interessados na intervenção. Obama tem resistido.
Esta semana, ao falar destas pressões, ele foi claro:
- Estas pessoas que pressionam pela guerra não sabem o sacrifício que isso representa. Tentem explicar que faremos guerra para os jovens soldados e seus familiares.
Obama está coberto de razão – assim como aqueles oficiais que assinaram a carta aberta dirigida ao governo.
É bom saber que pelo menos há uma parcela considerável de pessoas de responsabilidade nos EUA que resistem à ideia de agressões militares. Significa uma saudável mudança de enfoque. Além disso, como Obama tem tudo para vencer as eleições deste ano, ele sabe que não precisará mais fazer média. Basta aplicar tudo o que ele prometeu antes do primeiro mandato – e rejeitar agressões armadas. Bem diferente dos tempos de Bush e de seus assessores.
Não dá para acreditar cegamente que não haverá ações militares porque as pressões nestes momentos costumam ser terríveis, mas pelo menos agora o presidente parece ter juízo.

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