terça-feira, 15 de julho de 2014

Até provar nível superior, ex-diretor da Match está preso em carceragem comum em Bangu

Raymon Whelan também irá se alimentar da mesma comida que os presos da unidade Bandeira Stampa

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Raymond Whelan, de 64 anos, no momento em que deixava a 18ª DP (Praça da Bandeira) Foto: Fernando Quevedo / Agência O Globo
Raymond Whelan, de 64 anos, no momento em que deixava a 18ª DP (Praça da Bandeira) - Fernando Quevedo / Agência O Globo

RIO - Até que apresente o diploma informando que possui nível superior, o executivo inglês Raymond Whelan, está preso em uma carceragem comum no presídio Bandeira Stampa, Bangu 10, no Complexo de Gericinó. Acusado de chefiar uma quadrilha internacional de cambistas, Raymond veste calças jeans e camiseta branca como qualquer outro detento, e teve os cabelos cortados. O ex-diretor da Match também não terá direito a alimentação especial enviada por visitas, e vai se alimentar nesta terça-feira de arroz, feijão, proteína e legumes.
De acordo com a assessoria do escritório do advogado Fernando Fernandes, que defende o executivo inglês, o diploma dele já chegou da Inglaterra e está sendo traduzido para que seja apresentado à secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). O inglês, segundo a assessoria do advogado, é formado em administração.
Na manhã desta terça-feira, o promotor Marcos Kac, da 9ª Promotoria de Investigação Penal, disse que agora o Ministério Público vai se debruçar na análise de todos os documentos produzidos até agora com a investigação. Kac acrescentou que a intenção agora é descobrir se os cambistas franceses presos no último fim de semana com ingressos nominais à Match tem ligação com Raymond Whelan e Mohamadou Lamine Fofana.
Acusado de ser o chefe da quadrilha de cambistas que vendia ingressos de cortesia para a Copa do Mundo, o executivo inglês Raymond Whelan se entregou na segunda-feira no Tribunal de Justiça. Contra ele há um mandado de prisão preventiva. Outras onze pessoas, incluindo o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana também estão presos preventivamente. O esquema de cambismo do grupo foi desarticulado na operação “Jules Rimet” desencadeada em 1º de julho por policiais das 18ª DP (Praça da Bandeira).
FIFA SE EXPLICA
Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, implicou com a palavra corrupção usada por um jornalista ao se referir à investigação sobre a quadrilha acusada de superfaturar ingressos para o evento.
— Quando você fala de corrupção, precisa apresentar evidências. Se diz que existe algo errado na venda de ingressos, aí está certo, mas não corrupção — disse Blatter, passando a palavra para o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.
O secretário garantiu que a Fifa tem interesse em esclarecer o problema, e que a entidade só vendeu ingressos pelo valor estipulado nos bilhetes.
Em nota enviada na noite desta segunda-feira, a Match saiu em defesa de seu diretor: “Podemos assegurar que o sr. Raymond Whelan não cometeu nenhum ato ilegal ou irregular e temos certeza de que isso será comprovado em breve pelas autoridades brasileiras”. A empresa ressaltou que está à disposição da polícia: “Contamos com rigorosos procedimentos e ferramentas que permitem a lisura e o rastreamento de todos os ingressos vendidos diretamente pela empresa em operações gigantes. Na Copa do Mundo do Brasil, foram vendidos 3,2 milhões de ingressos, incluindo 300 mil ingressos de pacotes hospitality vendidos para cerca de 11 mil clientes corporativos e individuais”.

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