Máfia dos ingressos: OAB vai analisar conduta de advogado que fugiu com Whelan do Copacabana Palace
A seccional do Rio de Janeiro da OAB vai apurar a conduta do advogado Fernando Fernandes, que, informado do mandado de prisão expedido contra Raymond Whelan, fugiu com seu cliente do Copacabana Palace. Os dois foram flagrados pela câmera de segurança do hotel. Em nota oficial, a entidade afirmou que “solicitará a cópia dos autos do inquérito instaurado pela Polícia Civil para análise das providências cabíveis a serem tomadas pela entidade”. O ex-diretor da Match está foragido até agora.
Se for constatato que Fernandes feriu o Código de Ética da entidade, a OAB vai abrir uma sindicância no Tribunal de Ética e Disciplina. Ao fim do processo, o advogado pode até perder a carteira.
A fuga de Raymond Whelan do Copacabana Palace foi determinante para que o habeas corpus impetrado por seus advogados fosse negado pela desembargadora Flavia Romano de Rezende, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça. A magistrada alega, na decisão, que “a desenvoltura do envolvido no agir delituoso está a demonstrar audácia e destemor quanto à força coercitiva da legislação em vigor, especialmente se considerarmos que o mesmo encontra-se foragido”. No texto, a desembargadora se refere a Whelan, ex-CEO da Match, empresa que detém o contrato de exclusividade das vendas de ingressos para a Copa, como “líder do esquema criminoso”.
Ontem, a juíza Joana Cardia Jardim Cortes, do Juizado Especial do Torcedor, decretou a prisão preventiva de Whelan. Entretanto, 30 minutos antes de os agentes da 18ª DP (Praça da Bandeira) chegarem ao Copacabana Palace para cumprir o mandado de prisão, Whelan soube da decisão judicial e fugiu do local onde estava hospedado, acompanhado de seu advogado, Fernando Fernandes.
— Whelan está foragido. Saiu do hotel uma hora antes de chegarmos — afirmou o delegado Fábio Barucke.
Os dois foram flagrados pelas câmeras de segurança do hotel saindo pela porta lateral por volta das 16h. No quatro 514, onde estava, os policiais encontraram a televisão e o ar-condicionado ligados, e todas as roupas no armário. Agentes suspeitam de que a fuga foi planejada porque Whelan havia feito uma reserva, para a noite desta sexta-feira, no hotel Windsor, de Copacabana. Entretanto, o executivo também não foi encontrado pelos policiais lá.
O advogado Fernando Fernandes argumentou, através de nota, que “está recorrendo ao Tribunal de Justiça para informar o descumprimento da decisão liminar que libertou o executivo”.
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