Barão do Triunfo22/08/2013 | 14h42Atualizada em 22/08/2013 | 15h23
Crianças achavam que veneno era chocolate, afirma delegado
Caso seja comprovado que material é venenoso, pai que encontrou os frascos pode ser indiciado por homicídio culposo
Roberto Azambuja, de Barão do Triunfo
Os colegas da criança de oito anos que morreu, possivelmente, envenenadaem Barão do Triunfo, na terça-feira, achavam que o que comiam era chocolate. Segundo o delegado Pedro Urdangarin, responsável pela investigação, o material encontrado tem cheiro de chocolate, o que pode ter despertado a curiosidade das crianças.
— Pelo que conseguimos apurar, parece que há mais frascos desse material que o pai de um dos meninos teria encontrado no chão perto da escola — afirma o delegado.
O estudante Leonardo Azambuja da Silva, oito anos, estava no segundo ano do Ensino Fundamental e teria consumido o veneno a caminho da escola. Conforme Urdangarin, as crianças consumiam o material desde quando o pai do garoto que ofereceu as bolinhas para Leonardo achou os frascos na rua, no final de julho.
— O que salvou as crianças é que elas não ingeriam tudo de uma vez. Por isso, felizmente, não tivemos uma tragédia maior ainda — explica.
Há até cinco crianças que podem ter ingerido o possível veneno, todas estão sendo examinadas e acompanhadas. Segundo a secretária da Saúde de Barão do Triunfo, Madalena Raphaelli Schwuschow, tanto os alunos quanto as famílias e professores estão tendo acompanhamento psicológico. A escola está fechada pelo menos até segunda-feira.
A suspeita do delegado é que o material seja um veneno conhecido por "raticida chumbinho" que, se comprovado, é um material utilizado em agrotóxicos e proibido pela Anvisa desde o ano passado. Neste caso, o homem que encontrou os frascos pode ser indiciado por homicídio culposo.
A caminho da escola
Na manhã de terça-feira, Leonardo estava na van escolar com outros alunos a caminho da Escola Princesa Dona Leopoldina, na localidade de Cerro dos Abreus, no interior de Barão do Triunfo, quando ingeriu "uma balinha" oferecida por um colega, de nove anos. A suspeita, conforme o delegado, é que o que as crianças acreditavam ser um doce, seja, na verdade, veneno de rato.
Leonardo passou mal quando chegou na escola e foi levado ao posto de saúde local ainda pela manhã, sendo depois encaminhado ao Hospital Conceição, em Porto Alegre. O garoto não resistiu e morreu por volta das 15h30min, "de causa ignorada, dependente de exames complementares". O material foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML), que deve apresentar o resultado em uma semana
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