22/08/2013 • ATUALIZADO ÀS 13:41 POR ODILON RIOS

FARRA NA ALE

Irmã da chefe do MPF recebeu gratificação da ALE sem trabalhar

Jany Eyre foi exonerada na semana passada; desde abril, ela é secretária de Saúde em Joaquim Gomes

 

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As investigações sobre a farta distribuição da Gratificação por Dedicação Excepcional (GDE), da Assembleia Legislativa de Alagoas revelam, a cada dia, novos personagens. Um deles é Jany Eyre Almeida Conde Vital. Ela assumiu a Secretaria de Saúde na cidade de Joaquim Gomes no fim do mês de abril.

Mesmo assim, ela “trabalhava” na Assembleia, com dedicação exclusiva: Em 1 º de fevereiro do ano passado, Jany constava em uma lista- publicada pela Assembleia no Diário Oficial do Estado- com mais de 300 nomes. Todos recebendo a GDE.

No rastro do escândalo da gratificação- e em meio ao pedido de investigação do Ministério Público Estadual nas contas da Casa de Tavares Bastos- Jany Eyre foi exonerada. O decreto foi publicado na semana passada (16 de agosto).

O detalhe é que Jany é irmã da procuradora-chefe do Ministério Público Federal, Niédja Káspary. Uma semana antes da exoneração, o deputado João Henrique Caldas (PTN) esteve na sede do MPF, no Barro Duro, para entregar, nas mãos de Niédja Káspary, os documentos que explodiram, de uma vez por todas, a credibilidade da Mesa Diretora gerida pelo deputado Fernando Toledo (PSDB).

E Jane cometeu uma ilegalidade. Ela recebeu, durante um ano e seis meses a GDE. Em abril, ela deveria ter desistido da gratificação para assumir a Secretaria de Saúde de Joaquim Gomes. Ela silenciou durante quatro meses, até ser exonerada.

Nos extratos bancários, obtidos com autorização da Justiça Federal pelo deputado JHC, onde constam as transferências financeiras da Assembleia, Jane aparece nas folhas de 2010, 2011 e 2012. Recebia R$ 984,57. Em 2012, obteve um leve reajuste: R$ 995,39.

Nos corredores da Assembleia, nunca nenhum funcionário ouviu falar que a irmã da chefe do MPF trabalhasse ali. Um deles se assustou ao ouvir o assunto.