Para ministra, atraso para julgar Chacina de Unaí "já é impunidade"O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na cidade mineira de Unaí. Somente agora, três dos oito réus da chamada Chacina de Unaí começaram a ser julgados
Publicação: 30/08/2013 17:22 Atualização:
De acordo com Maria do Rosário, a demora em julgar o caso já caracteriza impunidade |
Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a demora de nove anos para que os acusados de participar da Chacina de Unaí – quando foram assassinados três auditores fiscais do Trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho - começassem a ser julgados “já é, em si, impunidade”.
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Pistoleiro complica Mânica no julgamento da Chacina de Unaí Acusados de chacina em Unaí devem ter 1ª sentença hoje Réu confessa participação na chacina de Unaí“Estamos falando de pessoas que estavam a serviço do Estado brasileiro, do governo federal, protegendo brasileiros explorados em um regime de escravidão. Houve uma emboscada e o assassinato desses funcionários federais. Nove anos para o Poder Judiciário dar conta desse julgamento já é, em si, impunidade”, disse a ministra à Agência Brasil. Ela fez o comentário ao abrir a exposição Ausências, ontem, no Museu da República.
Os oito acusados foram divididos em dois grupos, o dos que já estão presos em caráter preventivo – e que, por isso, estão sendo julgados esta semana - e o dos que respondem ao processo em liberdade.
Do primeiro grupo fazem parte Rogério Allan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos Silva e William Gomes de Miranda. Acusados de executar o crime, os três estão detidos desde 2004 em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a acusação, os três foram contratados por Francisco Elder Pinheiro, que morreu em janeiro deste ano, aos 77 anos de idade.
Já o fazendeiro Norberto Mânica; o empresário Hugo Alves Pimenta; o empregado de Pimenta, José Alberto de Castro; e Humberto Ribeiro dos Santos devem ir a júri no próximo dia 17 de setembro. A expectativa é que o fazendeiro Antério Mânica, irmão de Norberto, também vá a julgamento no mesmo dia. Acusados de encomendar e planejar a morte dos quatro servidores públicos, eles respondem ao processo em liberdade.
“Chamamos a atenção da população para que ela fique atenta aos resultados [do júri], a fim de que não se configure, além da morosidade [no julgamento], uma condição de impunidade”, declarou a ministra.
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